O desfile das seis escolas de samba do Grupo Especial que ganharam destaque no desfile deste ano começa às 21h30 deste sábado, na Marques de Sapucaí. O Salgueiro, sexta colocada, será a primeira a se apresentar.
A Tijuca, que obteve 268.3 pontos, desfilou com 3 mil integrantes que defenderam o enredo Resistência, mostrando que a palavra define a história da população negra no Rio de Janeiro. Com a condição de ter sido a primeira escola a introduzir a temática africana nos desfiles, o Salgueiro levará novamente para a avenida a cultura religiosa, as tradições de comemorações, sem esquecer de criticar o racismo que ainda existe em pleno ano de 2022.
Outra escola que levou a cultura negra para o Sambódromo neste ano, a Portela mostrou, com o enredo IGI OSÈ BAOBÁ, que a árvore sagrada testemunha do tempo simboliza a conexão com a ancestralidade do povo africano. O samba enredo empolgou os integrantes, e o baobá marcou presença em diversos setores da azul e branco de Oswaldo Cruz e Madureira.
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A Escola de Samba Unidos de Vila Isabel entra na sequência com a homenagem de um dos mais importantes símbolos da azul e branco da zona norte, o cantor e compositor Martinho da Vila. No início do desfile, o cantor animava o público quando saía de dentro do carro da comissão de frente coroado pelo orixá Omolu. O enredo Canta, Canta, Minha Gente! A Vila é de Martinho!, ajudou a escola a fazer uma apresentação alegre que promete se repetir neste sábado, no Desfile das Campeãs.
A Viradouro, campeã de 2020, ficou em terceiro lugar este ano, com 269.5 pontos. Depois de desfiles suspensos por causa da pandemia da covid-19, a vermelho e branco de Niterói escolheu o enredo Não Há Tristeza que Possa Suportar Tanta Alegria para Reviver o Carnaval de 1919, que ocorreu depois de outra pandemia, a da gripe espanhola. Fantasias irreverentes e alegorias luxuosas relembraram o carnaval daquele tempo, inlcuindo a reprodução de um bonde que era usado nos desfiles da época.
A vice-campeã do carnaval deste ano no Rio de Janeiro prestou homenagens a escritores negros de reconhecimento no Brasil e no mundo com o enredo Empretecer o Pensamento É Ouvir a Voz da Beija-Flor. A azul e branco de Nilópolis destacou ainda a religiosidade, a cultura e a luta de negros na história do país e da própria escola.
A crítica à intolerância religiosa rendeu o primeiro prêmio da Grande Rio no Grupo Especial, que apresentou o enredo Fala, Majeté! Sete Chaves de Exu. A escola quis derrubar uma visão errada sobre a divindade, vista por alguns como promotor do mal, para mostrar que, na verdade, Exu abre caminhos e é guardião de outros orixás. A avenida verá de novo hoje várias representações da divindade que ajudou a desemperrar o rumo da escola na busca pelo campeonato.
Via Agência Brasil