Os aprovados no último concurso da Câmara Municipal de Manaus (CMM) voltaram à sede do Legislativo nesta quarta-feira (7/5) para tentar dialogar com o presidente da Casa, David Reis (Avante), e pedir a revogação do ato que anulou o certame. A anulação ocorreu em março de 2023, após uma denúncia anônima de suposta fraude, que agora foi descartada por relatório final da sindicância interna.
A equipe da Rede Onda Digital esteve na CMM e conversou com o advogado Tiago Crispim, um dos aprovados no concurso, que representou a comissão dos candidatos durante o ato. Segundo ele, os concursados buscam apenas o direito de tomar posse nos cargos.
“A gente busca um diálogo com o presidente da Câmara para que ele revogue o ato de anulação que foi realizado em março do ano passado. A gente soube na quarta-feira da semana passada que houve um relatório final da sindicância. O concurso foi anulado em razão de uma denúncia de fraude. E aí o servidor interno que foi denunciado pediu que essa sindicância continuasse, até para ele apurar a sua inocência”, disse em entrevista.
Veja o parecer do Ministério Público na época:
Sindicância concluiu que não houve fraude
Relatório da sindicância da CMM, publicado no último dia 30 de abril, descartou qualquer favorecimento no concurso anulado e inocentou o procurador Sílvio Bringel, o genro Jordan Farias e a filha Milka Bringel, todos aprovados no certame.
“O genro era servidor daqui comissionado e o procurador é efetivo. Denunciaram ao MP uma denúncia anônima dizendo que ele foi favorecido, só que nem o MP e nem a Câmara conseguiram provar nada. E aí o relatório da sindicância, o relatório final, veio a comprovar justamente isso, que foi uma presunção que eles acabaram tomando essa decisão de forma sumária, sem o devido processo legal, sem na verdade chamar os próprios concursados para se manifestar sobre a situação”, contou.
A Mesa Diretora decidiu anular o concurso em 14 de março de 2023, após recomendação do Ministério Público do Amazonas. No entanto, a sindicância conduzida por procuradores da própria Câmara concluiu que não houve provas que justificassem a anulação.
Diálogo com David Reis
Os concursados informaram que o presidente David Reis não os atendeu até o momento, mas prometeu que ira ouvir o grupo. Enquanto aguardam o encontro, eles seguem o diálogo com outros parlamentares.
“Hoje a gente soube que o vereador Zé Ricardo, o Rodrigo Guedes e o coronel Rosses já se manifestaram a nosso favor. O presidente da casa, em reiteradas vezes, a gente veio aqui, ele não recebeu a gente, mas hoje ele já se pronunciou que vai receber. O nosso objetivo justamente era esse, conversar pelo menos com os vereadores para levar esse pleito para ele”, ressaltou para a Rede Onda Digital.
O grupo também pretende procurar novamente o Ministério Público para apresentar o relatório final da sindicância e solicitar nova recomendação, agora pela homologação do concurso.
Confira a declaração:
Concursados pressionam presidente da CMM para revogar anulação de certame pic.twitter.com/JozjYed8oW
— Rede Onda Digital (@redeondadigital) May 7, 2025
Até 300 pessoas podem ser nomeadas
O certame anulado teve cerca de 35 mil inscritos. De acordo com Crispim, cerca de 300 aprovados têm expectativa de nomeação ao longo do período de validade, considerando as vagas abertas e cargos vagos na Câmara.
“Dentro do número de vagas, que são direito líquido e certo, são 83. Mas como a gente sabe que tem muito cargo vago dentro da Câmara, a gente subestima que mais ou menos essas 300 pessoas têm direito, no decorrer desses 4 anos, a serem nomeadas. Então a gente está aqui em nome da comissão, em nome dos colegas”, reforçou.
Cerca de 40 aprovados participaram do ato nesta quarta-feira, cobrando que o presidente da CMM revogue o ato de anulação e dê continuidade ao processo de homologação.
Acesse o documento que pede a anulação:
Exposicao-de-Motivos-pela-Revogacao-do-Ato-de-Anulacao-do-Concurso-CMM-2024