Após uma série de desdobramentos, o caso do jogador de vôlei, Wallace, parece ter chegado ao fim nesta terça-feira (16), após a Confederação Brasileira de Voleibol (CBV) e o Comitê Olímpico do Brasil (COB) entrarem em um acordo que reduz a pena do atleta e põe fim ao veto de repasses à entidade que regula o vôlei no país.
Inicialmente, o Conselho de Ética do COB havia suspendido o jogador por 1 ano da seleção brasileira e por 90 dias de qualquer atividade relacionada ao Comitê após uma publicação feita por ele no Instagram onde aparecia armado fazendo enquete se deveria dar um tiro no presidente Luiz Inácio Lula da Silva. No entanto, a CBV conseguiu uma liminar para o atleta disputar a final da Superliga.
Diante disto, o COB aumentou a pena de Wallace para 5 anos longe das quadras e puniu a Confederação com a perda de de repasses de verbas pública pelo período de seis meses.
Com o novo acordo, a pena do jogador foi reduzida de cinco anos para 90 dias de afastamento das competições. Já a CBV teve a punição substituída por uma multa em valor não divulgado.
O acordo foi assinado pelos dirigentes Paulo Wanderley (COB), Walter Pitombo Laranjeiras (CBV), o jogador Wallace e representantes do Conselho de Ética do COB e da AGU. Após o consenso, ficou decidido que não haverá mais questionamento na Justiça por parte dos envolvidos.
“Desde o início, apesar do expresso repúdio do COB e da CBV ao ato do atleta, a tentativa foi sensibilizar todos os envolvidos para que houvesse o menor prejuízo possível para o esporte olímpico e o vôlei brasileiro na caminhada a Paris 2024. A todos eles deixo um agradecimento, pois houve um esforço multilateral para que se chegasse ao entendimento. Entendemos que o momento é de união e retomada, e o acordo consensual não deixa de espelhar valores olímpicos. Entre eles o respeito, que sempre nutrimos pela CBV”, afirmou Paulo Wanderley, presidente do COB, em nota oficial.
Com a redução da pena, Wallace cumprira o restante da pena durante suas férias. O COB manteve a proibição de Wallace representar a seleção brasileira por um ano (até fevereiro de 2024), mas o jogador já havia anunciado sua aposentadoria da equipe nacional.
Pelo acordo, a CBV fica obrigada a financiar, com recursos próprios, programa de valorização da postura ética de atletas nas redes sociais, sob a coordenação do Compliance Officer (Diretoria de Observância) do COB.
Em nota oficial, a CBV comentou a assinatura do acordo.
“A CBV agradece o empenho de todos os envolvidos em encontrar uma solução consensual. A CBV reafirma que não compactua com atos de incitação à violência, conforme manifestado desde o início. O momento é de retomar os valores do esporte como instrumento de união e não como meio de acirrar rivalidades. As partes têm a oportunidade de usar esse episódio como instrumento de transformação e educação para o uso responsável das mídias sociais. O voleibol brasileiro vai em busca da excelência, como potência mundial, ao lado dos seus parceiros, do Comitê Olímpico do Brasil e do Ministério do Esporte”.