Concorrente brasileiro à Palma de Ouro de 2025, “O Agente Secreto“, de Kleber Mendonça Filho, rendeu ao baiano Wagner Moura o histórico e inédito Prêmio de Melhor Ator no encerramento do 78º Festival de Cannes, neste sábado (24/5), na Côte d’Azur, França.
Como não compareceu à premiação, Wagner foi representado pelo diretor, Kleber Mendonça Filho.
Wagner Moura protagoniza esse suspense no papel de Marcelo, um pesquisador em fuga. Em 2019, o artista estreou na realização com “Marighella”, lançado na Berlinale, na Alemanha. Desde então, concentrou-se em produções estrangeiras. Com a parceria com Kleber, ele volta a filmar em solo brasileiro.
Para o Next Best Picture, a produção “jamais funcionaria sem o magnetismo de Wagner Moura”. O veículo completa dizendo que o ator “comanda a tela com tanta presença que faz com que seja uma alegria assisti-lo”. O The Playlist classificou a atuação do brasileiro como “radiante” pela forma como ele “atravessa a raiva justificada, a indiferença carismática e, eventualmente, o comportamento contido” ao longo do filme.
O coletivo de juradas e jurados foi presidido pela atriz Juliette Binoche. Pouco antes da cerimônia, o thriller pernambucano ganhou o Prêmio da Crítica da Federação Internacional de Imprensa Cinematográfica (Fipresci) e recebeu o Prix Des Cinémas d’Art et Essai. É um diploma que celebra o apelo do longa para o mercado arthouse (jargão para salas de cinemas de arte).
Histórico do Brasil em Cannes
Apesar de ser o primeiro brasileiro a vencer o prêmio de Melhor Ator em Cannes, Wagner Moura não é o único artista nacional a ter sido premiado no festival.
Em 1986, Fernanda Torres ganhou a categoria de Melhor Atriz por “Eu Sei Que Eu Vou Te Amar”; em 2008, Sandra Corveloni repetiu o feito com “Linha de Passe”. Além disso, dois atores nacionais já ganharam o Prêmio de Revelação por lá. O primeiro foi Rodrigo Santoro, por Carandiru, em 2003; e o segundo foi Ricardo Teodoro, por “Baby”, em 2024.