Um antigo ditado popular manauense garante que se um estrangeiro “comer jaraqui, ele não sai mais daqui”. O peixe, endêmico da bacia Amazônica, é o principal prato da culinária regional local e pode ser consumido da maneira mais simples até a mais sofisticada.
Frito com baião
Aqui o manauense mistura suas origens caboclas/indígenas com as nordestinas, atrelando ao peixe de escamas finas e carne tenra um típico acompanhamento trazido pelos migrantes da região Nordeste durante o exôdo do período áureo da exploração da borracha. Quando quer sofisticar, o chefe acrescenta à mistura de arroz e feijão de praia um bom pedaço de queijo coalho. Quem come, não resiste.
Ovado
A pesca do jaraqui durante o período de piracema, quando eles sobem os rios para reproduzir, é proibida, mas não há um único manauense que não tenha seus esquemas para comer um bom jaraqui ovado frito ou cozido. A sorte e a nova consciência ambiental é que a ova já está sendo comercializada de indivíduos criados em cativeiro.
Cozido
Aqui temos duas vertentes: há manauenses que optam pelo estilo minimalista herdado dos indígenas e cozinham o jaraqui apenas com sal e cheiro verde. Outros no entanto reforçam nossas raízes portuguesas e preparam cozidos mais sofisticados, com tomate, pimentão, batatas, caldo reduzido. Enfim, no final é o jaraqui que se lasca!
Empanado
Do mesmo modo temos mais de uma vertente para esse estilo de fritura. Quem traz na pele influências globais faz o empanado com ovos e farinha de trigo. Os mais moderninhos estão usando a farinha panko, bem comum em empanados feitos nos restaurantes de São Paulo. Já os caboclos têm optado pelo empanamento feito de uma mistura de ovos e farinha do Uarini com grãos bem pequenos. As três opções são excelentes, depende do gosto de cada um, e novamente é o jaraqui que tem a curica cortada.
Assado
Aqui uma da preferências manauaras, sobretudo quando levado a churrasqueira enrolado na folha da bananeira. Esse tipo de cocção cria uma espécie de bafo que cozinha o peixe, que na sequência e levado diretamente ao fogo para dourar. O sabor fica chibata de touro.