O ator José Dumont, preso ontem, dia 15, tinha em sua posse 240 arquivos de pornografia infantil, totalizando 98 megabytes, entre fotos e vídeos. A informação é da Polícia Civil do Rio de Janeiro, que efetuou operação de busca e apreensão no apartamento de Dumont e encontrou as imagens.
Alguns dos arquivos mostram fotos de cenas de sexo entre crianças de 8 a 11 anos, e também foram encontradas fotos de bebês.
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Dumont foi preso em flagrante e não pagou a fiança de R$ 40 mil. Ele passará por audiência de custódia. O ator alegou que as imagens encontradas constituem “pesquisas que se destinam exclusivamente a um estudo para a futura realização de um trabalho acerca do tema, sem tabus ou filtros, e que tal pesquisa se faz necessária para exercer sua profissão”, de acordo com relatório da polícia. Ele também negou ter comprado, vendido ou fotografado qualquer das imagens, e alegou que as pegou da internet.
Porém, segundo alegação de um policial, uma das imagens que mostra a penetração de um homem em um menino, encontrada no celular do ator, estava na pasta “Câmera”, indicando a possibilidade de ter sido fotografada pelo aparelho. As imagens passarão por perícia.
Dumont estava escalado para atuar na novela “Todas as Flores”, produção da Globoplay, interpretando um explorador de menores. Em nota oficial, a Globo anunciou que o retirou da novela. Além disso, o festival de cinema Cinefantasy, em São Paulo, que faria uma mostra de filmes homenageando o ator, cancelou a homenagem.
A operação de busca e apreensão na residência do ator se deveu a um inquérito que apura uma suspeita de estupro de um adolescente de 12 anos. Segundo essa investigação, Dumont teria se aproximado da família da vítima oferecendo ajuda financeira, e depois teria abusado do menor. Investidas do ator sobre o jovem, com beijos e carícias íntimas, teriam sido gravadas por câmeras de segurança, o que deu início às investigações.
Com uma carreira de quase 40 anos na TV e no cinema, José Dumont participou de produções importantes como a minissérie “Morte e Vida Severina”, as novelas “América”, “Olho por Olho”, “Caminhos do Coração”, “Nos Tempos do Imperador”, e os filmes “Lúcio Flávio: O Passageiro da Agonia” (1977), “O Homem que Virou Suco” (1981) e “Abril Despedaçado” (2001).