A federação partidária Brasil da Esperança (PT/PCdoB/PV) tem dois pré-candidatos legítimos à Prefeitura de Manaus: o ex-deputado federal Marcelo Ramos, pelo Partido dos Trabalhadores (PT), e o ex-deputado estadual Eron Bezerra, pelo Partido Comunista do Brasil (PCdoB). Mas para resolver esse impasse, conforme Ramos, será uma “questão de tempo, de paciência e de respeito aos ritos”.
“Conversei com o ex-deputado Eron [Bezerra], fiz até uma postagem nas minhas redes [sociais], e nós definimos três coisas. Na sexta-feira (03/05), faremos a primeira reunião da federação [PT/PCdoB/PV] para discutir o processo eleitoral. Nós definimos que a federação terá candidato a prefeito [de Manaus] e em nenhuma hipótese fará composição em que abra mão da candidatura à prefeito. E terceiro, que nós estaremos juntos um apoiando o outro no processo sucessório da Prefeitura Municipal de Manaus”, disse Ramos, em entrevista à Rede Onda Digital.
Depois de enfrentar um imbróglio com a secretária Nacional de Mulheres do PT, Anne Moura, sobre quem seria o nome oficial do PT para as eleições em Manaus, o ex-vice-presidente da Câmara dos Deputados mantém a diplomacia. Marcelo Ramos não quer desgaste com a federação partidária e reconhece o direito de Eron Bezerra de pleitear a vaga de chefe do Poder Executivo.
“Eu não vou ser desrespeitoso com o [ex] deputado Eron Bezerra. É tão legítima a minha pré-candidatura [pelo PT] quanto é a dele [pelo PCdoB]. E nós vamos esperar o momento em que o fórum correto da federação decida isso”, afirmou Ramos.
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Trauma
O ex-deputado federal Marcelo Ramos também afirmou guardar um trauma sobre escolher antecipadamente um vice para compor uma chapa. Em 2016, ele tinha decidido que Wilson Lima seria seu vice-prefeito nas eleições municipais em Manaus, mas com o apoio do PSD e Democratas (DEM), atual União Brasil, à sua candidatura, o ex-deputado estadual Josué Neto ocupou o lugar que seria de Lima, que em 2018 se elegeu governador do Amazonas.
“Não é hora de falar em vice [prefeito]. Até porque eu tenho trauma de falar em vice muito cedo. Em 2016, eu escolhi o meu vice uma semana antes do período do prazo eleitoral e na última semana mudou tudo, eu tive que trocar o vice [Wilson Lima]. Ele é o governador do Estado hoje, então, deixa vice para o último dia”, afirmou Marcelo Ramos.
Apesar de evitar especulações sobre um provável vice-prefeito para a chapa da federação Brasil da Esperança, o pré-candidato a prefeito de Manaus já iniciou as movimentações nos bastidores para fechar alianças com mais partidos de esquerda. O nome do vice, inclusive, deve sair de outra federação partidária caso os acordos se confirmem.
“A nossa [federação partidária] funciona como um partido [único]. Então, PCdoB, PT e PV é como se fosse um partido só. Existe uma outra federação que a gente está buscando dialogar, que é a federação Rede/Psol. Existe o Solidariedade que está conosco e nós faremos todos os esforços para que o PSB e o PDT estejam na candidatura do campo progressista e não numa candidatura que representa os interesses do bolsonarismo na cidade de Manaus, como é candidatura [do deputado estadual Roberto Cidade] apoiada pelo governador [Wilson Lima]”, explicou Ramos.