Em 2025, novos aparelhos de celulares integrados com inteligência artificial generativa e multimodal no software e hardware prometem facilitar mais a vida dos usuários. As aplicações futuras dos smartphones com IA irão além do já considerado básico para essa tecnologia, desde o lançamento do ChatGPT há dois anos.
As funções não se restringirão a criar resumos de texto, gerar imagens e traduzir conversas em tempo real durante videoconferências, por exemplo. Com aparelhos dotados de superchips e ferramentas de IA será possível solicitar ao celular o saldo na conta bancária, marcar as férias ou encomendar o jantar sem ter de interagir com o aplicativo de banco, hospedagem ou delivery. Bastará um comando de voz e a IA percorrerá sozinha os caminhos para cumprir a tarefa.
Na chamada IA multimodal, o usuário vai “conversar” com o dispositivo sem a necessidade de abrir um app. Na prática, segundo especialistas e empresas, a promessa é que a IA “entenda o contexto” usando todas as fontes de dados nos aparelhos, como informações capturadas em câmeras, GPS, microfones, carteiras digitais e aplicativos instalados para gerar respostas com baixo índice de erros.
E a corrida entre as big techs está acelerada. A Apple, por exemplo, que anunciou recentemente o Apple Intelligence, sua plataforma de IA, iniciará neste mês a integração da Siri e das ferramentas de escrita do iPhone com o ChatGPT, permitindo que sua assistente virtual busque informações em e-mails e calendário, por exemplo.
Disponível em inglês inicialmente, a empresa norte-americana diz que a novidade terá outros idiomas, como o português, ao longo do próximo ano.
Fabricantes de smartphones como Samsung, Xiaomi, Realme e Asus deram pistas da próxima geração de dispositivos com IA após anunciarem parceria com a Qualcomm, que apresentou recentemente seu novo processador preparado para os desafios da nova tecnologia, o Snapdragon 8 Elite.
A nova IA na palma da mão permitirá funções até agora restritas a filmes de ficção científica, como perguntar ao celular o significado de algo captado pela câmera em tempo real. Será possível, por exemplo, fotografar a conta de um restaurante e dividi-la proporcionalmente entre as pessoas à mesa.
A IA permitirá aos dispositivos entender o ambiente ao redor, reconhecendo sons e espaços com precisão.
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A Samsung deve anunciar em janeiro o S25 em parceria com Qualcomm e Google. Ao longo deste ano, a sul-coreana lançou o Galaxy AI, que ajudou a popularizar recursos generativos, como edição e criação de imagens, tradução de ligações e resumo de textos.
As chinesas Xiaomi e a Realme anunciaram no exterior de seus novos telefones com IA multimodal, o Xiaomi 15 e o Realme GT 7 Pro, respectivamente. A nova geração contará ainda com o 5G Advanced, que amplia a velocidade de conexão já alta do 5G atual.
Além dos smartphones, os fabricantes investem em notebooks integrando IA na unidade central de processamento (CPU) e no mecanismo gráfico (GPU) para proporcionar respostas mais rápidas e precisas. Alguns estão sendo fabricados com teclas que acionam a IA diretamente.
A Dell, por exemplo, apresentou recentemente o notebook Latitude 5455 com os novos recursos do Copilot+, da Microsoft. A máquina atinge até 45 trilhões de operações por segundo e sua bateria dura até 27 horas.
Rodrigo Nogueira, fundador da Maritaca IA e doutor em Ciência da Computação pela New York University (NYU), explica que as novidades somente são possíveis graças à evolução do hardware, com aparelhos mais potentes e baterias de maior duração.
“Com mais capacidade, os aparelhos processam vídeos, fotos e fala de forma mais rápida. Isso vai permitir uma interação mais complexa com os aparelhos por voz, deixando a era do clique atrás de clique para trás. Esse movimento tende a ser cada vez mais rápido”, disse Nogueira.
*Com informações de O Globo.