O hábito de fumar cigarro está relacionado a pelo menos 12 tipos de cânceres, conforme uma pesquisa da Sociedade Brasileira de Patologia (SBP), entidade que representa os médicos especialistas em diagnóstico do câncer e outras doenças. Apenas o grupo dos fumantes é responsável por 20% de todos os casos da doença no país.
“Fumantes têm até dez vezes mais chances de desenvolver câncer de boca, e o risco de um fumante ter câncer de esôfago é de duas a quatro vezes maior. No câncer de laringe, a situação é ainda mais crítica, pois cerca de 90% dos casos estão associados ao tabagismo”, informa o médico patologista Gerônimo Jr.
O especialista explica que cerca de 50% dos casos de câncer de bexiga em homens e 30% em mulheres estão ligados ao tabaco. Isso porque produtos com tabaco possuem nicotina, que causa dependência, e mais de 4 mil substâncias tóxicas e a maioria com potencial cancerígeno.
O tabaco é ainda o principal fator de risco para cânceres como o de pulmão. “Este tipo de tumor está diretamente relacionado ao tabagismo em cerca de 85% dos casos”, disse Gerônimo.
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Dados do Inca (Instituto Nacional do Câncer) indicam que são estimados 18.740 novos casos de câncer de pulmão por ano entre os homens e 12.530 entre as mulheres no Brasil. A doença é o terceiro tipo mais comum de câncer entre os homens e o quarto entre as mulheres, excetuando o câncer de pele não melanoma.
O tabagismo também é relacionado a cânceres de cabeça e pescoço, de rim, colo de útero, fígado, bexiga, pâncreas, estômago, colorretal e as leucemias mieloides agudas.
Os não fumantes também sofrem com os efeitos nocivos do tabagismo. O fumo passivo é uma causa importante de doenças respiratórias e cardiovasculares, além de aumentar o risco de câncer de pulmão em não fumantes. Crianças expostas ao fumo passivo são particularmente vulneráveis, estando em maior risco de desenvolver infecções respiratórias, asma e outras complicações graves.
*Com informações da ND+