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IA consegue replicar personalidades humanas com 85% de precisão, diz pesquisa

A inteligência artificial (IA) alcançou um novo patamar e já é possível criar uma duplicata digital de alguém com precisão surpreendente de 85% em replicar a personalidade do indivíduo. Pesquisadores da empresa de IA do Google e da Universidade de Stanford conseguiram esse patamar com mais de mil pessoas, utilizando apenas duas horas de conversa com cada participante.

No estudo liderado pelo estudante de doutorado de Stanford Joon Sung Park, que envolveu 1.052 pessoas de diversos perfis demográficos nos Estados Unidos, os participantes foram entrevistados por meio de um sistema de inteligência artificial projetado para “incorporar” as atitudes e a personalidade de cada indivíduo.

Segundo o jornal científico MIT Technology Review, cada voluntário recebeu até US$ 100 dólares para participar da entrevista, na qual uma voz amigável os guiou por temas que vão desde a infância até suas opiniões sobre política.

A chave do sucesso do estudo, descrito em artigo publicado em 15 de novembro no banco de dados arXiv (sem a revisão de pares), está na metodologia. Em vez de utilizar questionários simples ou dados demográficos, os investigadores optaram por entrevistas qualitativas que lhes permitiram captar nuances pessoais únicas.

“Podemos criar um agente de uma pessoa –uma réplica de IA– que capture muitas de suas complexidades e naturezas idiossincráticas”, disse Joon Sung Park à revista científica New Scientist.

Testes comprovam precisão

Para verificar a precisão das réplicas digitais, os pesquisadores submeteram tanto os participantes como suas duplicatas virtuais a uma série de testes duas semanas depois.

Um detalhe revelador surgiu quando os humanos repetiram os mesmos testes: eles somente acertaram suas próprias respostas originais 81% das vezes, o que mostra que as pessoas variam suas respostas ao longo do tempo.

Por sua vez, tendo em conta essa variabilidade natural, os agentes de IA alcançaram uma precisão efetiva de 85% e, o que é ainda mais significativo, superaram em 14 pontos percentuais os modelos tradicionais de previsão demográfica até agora utilizados.

Park contou ao MIT Technology Review que chegou a essa metodologia de entrevista após sua própria experiência em podcasts. “Depois de uma entrevista de duas horas, pensei que agora as pessoas sabem muito sobre mim”, explicou.

Laboratório virtual para ciências sociais

O principal objetivo dessa tecnologia não é criar duplicatas digitais por diversão, mas sim facilitar a pesquisa em ciências sociais. Os pesquisadores propõem a utilização desses agentes para avaliar políticas públicas, estudar respostas a novos produtos ou analisar reações a eventos sociais significativos, que seriam demasiadamente caros ou eticamente complexos para serem estudados com pessoas reais.

O estudo, porém, também reconhece algumas limitações importantes. Os agentes de IA apresentaram precisão menor em situações que exigem tomadas de decisões econômicas ou que envolviam dinâmicas sociais complexas. Além disso, os investigadores foram claros sobre os riscos potenciais dessas tecnologias, particularmente no que diz respeito ao seu potencial uso indevido para manipular ou se passar por outras pessoas online.

De modo a proteger os participantes, a equipe estabeleceu algumas salvaguardas éticas. Park explicou à New Scientist que qualquer participante pode remover seus dados do estudo ou restringir o acesso ao seu “gêmeo digital”, sendo que a utilização destes agentes é estritamente limitada para fins acadêmicos.


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Vislumbre do futuro?

Embora ainda estejamos longe da adoção generalizada dessas tecnologias, empresas como a Tavus já realizam experiências com gêmeos digitais que requerem menos dados para replicar personalidades.

O CEO da Tavus, Hassaan Raza, afirmou ao MIT Technology Review que a pesquisa abre caminho para métodos mais eficientes, como entrevistas curtas, para treinar modelos personalizados.

Em última análise, esta investigação representa um avanço significativo na compreensão do comportamento humano, mas também sublinha a necessidade de equilibrar a inovação com a responsabilidade ética. Embora a IA consiga replicar aspectos fundamentais da nossa personalidade, a riqueza e a complexidade da experiência humana continuam a ser um grande desafio para a tecnologia.

*Com informações da Folha de S.Paulo

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