O endividamento das famílias brasileiras com o sistema financeiro caiu 0,1 ponto percentual em outubro, passando de 48,0% em setembro para 47,9%, segundo dados do Banco Central, divulgados nesta sexta-feira (27/12).
A maior marca histórica foi registrada em julho de 2022, quando o índice chegou a 49,9%. Excluindo dívidas imobiliárias, o endividamento também recuou 0,1 ponto, de 30,0% para 29,9% no período.
Segundo o Ministério da Fazenda, o programa Desenrola, encerrado em maio e que renegociou R$ 53,07 bilhões em dívidas, resultou em uma queda de 8,7% na inadimplência entre pessoas de baixa renda, principal público-alvo. Dos 15,06 milhões de beneficiados, 5 milhões eram dessa faixa e renegociaram R$ 25,43 bilhões em débitos.
Além disso, o comprometimento de renda com dívidas também apresentou melhora. A parcela da renda destinada ao pagamento de débitos caiu de 26,4% em setembro para 26,3% em outubro. Excluídos os empréstimos imobiliários, o comprometimento passou de 24,3% para 24,1%, indicando um pequeno alívio financeiro para as famílias.
O comportamento do endividamento reflete um cenário em que, apesar da redução no comprometimento da renda, as famílias continuam a lidar com altos níveis de dívida, o que afeta diretamente o consumo e o orçamento doméstico. A diminuição nas taxas de endividamento pode estar relacionada a uma menor adesão a novos empréstimos ou a esforços de renegociação das dívidas.
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A CNC (Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo) divulgou, este mês, a Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic). O estudo mostra o percentual de famílias endividadas no Brasil.
A pesquisa aponta que em novembro, comprometimento médio da renda com dívidas foi de 29,8%, o que registra uma leve queda em relação a outubro. O percentual de consumidores com mais da metade da renda comprometida caiu para 20,3%, o menor índice desde agosto de 2024. Já os prazos mais longos para quitação de dívidas avançaram, atingindo 35,9% das famílias endividadas, o maior nível desde dezembro de 2021.
*Por Cristiane Holanda, do portal Rede Onda Digital.