Relatos históricos dão conta de que o ser humano começou a beber leite em 5.000 a.C., período em que se originou a prática da ordenha. A relação da humanidade com o leite, porém, tem sido alvo de questionamentos em tempos recentes, abalada por um movimento conhecido como terrorismo nutricional.
Em reação a isso, pesquisas recentes mostram que os lácteos não devem ser banidos do cardápio sem respaldo médico, porque oferecem muitos benefícios.
O leite não é vilão
Um dos estudos mais recentes, publicado em novembro no periódico científico Clinical Nutrition, afirma que os laticínios não devem ser culpados pelo surgimento do pré-diabetes. O trabalho traz, inclusive, um elo entre o consumo de leite desnatado e a redução do risco da doença. Mas mostra, por sua vez, que o excesso de lácteos ricos em gordura pode ser prejudicial.
O pré-diabetes é um distúrbio metabólico marcado por níveis alterados de glicose no sangue, mas que não ultrapassam os limites da classificação para o diabetes. É diagnosticado por meio de exames laboratoriais. Se detectado ainda no estágio inicial, mudanças no estilo de vida – prática de exercícios e alimentação saudável – podem reverter a situação e normalizar a glicemia. O estudo não aponta uma relação de causa e efeito entre os laticínios e o pré-diabetes.
Já sobre o elo dos laticínios com males cardiovasculares, há evidências de que, dentro do equilíbrio, não aumenta o risco — inclusive, um estudo nacional, o Elsa-Brasil, aponta benefícios às artérias.
E quanto à relação com processos inflamatórios, ainda não há comprovação científica de que a ingestão sirva de estopim.
Leia mais:
Seu cachorro precisa de mais proteínas? Confira os sinais de deficiência no pet
Veja quais são os 20 alimentos comuns que elevam risco de câncer
Obviamente, pessoas com intolerância à lactose apresentam particularidades nesses casos. A nutricionista Daniela Boulos, da Unidade de Check-Up do Hospital Israelita Albert Einstein, diz:
“Entretanto, para quem apresenta alergias ou intolerâncias, o leite pode, sim, favorecer inflamações. Antes de restringir lácteos no dia a dia, é fundamental buscar o diagnóstico certeiro”.
O leite e seus derivados concentram nutrientes essenciais à saúde, tanto que as diretrizes alimentares recomendam três porções diárias. Um dos maiores destaques é o cálcio, mineral reconhecido pelo seu papel no esqueleto. Trata-se do principal nutriente da mineralização dos ossos, contribuindo para fortalecê-los.
O cálcio ainda está envolvido nas contrações musculares, daí ser indispensável, especialmente aos praticantes de atividade física. E há evidências de que favorece o controle da pressão arterial.
Fontes de proteínas e vitaminas
Laticínios também são fonte de proteínas e vitaminas: oferecem vitamina A, algumas integrantes do complexo B, além de pequenas quantidades da vitamina D, numa mistura que, entre outros atributos, beneficia a saúde óssea e a imunidade.
Porém, esses alimentos também podem ser ricos em gordura. Quando consumida em excesso, a gordura pode cooperar para o aumento nas taxas de colesterol e prejudicar as artérias. Para indivíduos adultos, a sugestão é optar pelo leite na versão desnatada. Queijos mais magros, como o minas frescal, o cottage e a ricota, também estão entre os lácteos recomendados.
Como no caso de todos os alimentos, excessos são sempre prejudiciais. O importante é o equilíbrio.
*Com informações da CNN Brasil.