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PT-AM busca nomes competitivos para impulsionar chapa para Câmara Federal

Partido dos Trabalhadores precisa de nomes fortes para compor uma chapa que eleja ao menos um deputado federal aliado do presidente Lula em 2026
PT-AM busca nomes competitivos para impulsionar chapa para Câmara Federal

A bronca que o presidente do Diretório Nacional do Partido dos Trabalhadores (PT), Edinho Silva, deu nos militantes do PT do Amazonas, inclusive com ameaça de intervenção, começou a fazer efeito e quadros novos para compor uma chapa forte para deputado federal já estão sendo procurados.

Um dos alvos do momento é a ativista indígena Vanda Witoto, que disputou a última eleição para deputado federal pela Rede Sustentabilidade e obteve 25.545  mil votos. Nesta quinta-feira (18/9) ela teve uma conversa com o vereador Zé Ricardo e o pré-candidato ao Senado Marcelo Ramos. Witoto revelou que foi procurada por cinco partidos, mas ainda não bateu o martelo sobre filiação.

Em outra frente, o PT espera uma definição sobre a continuidade da Federação Brasil da Esperança, que uniu nacionalmente o partido ao PCdoB e ao PV em 2021 e terá de ser referendada para a eleição de 2026. Nestes partidos há quadros capazes de impulsionar uma chapa que eleja ao menos um deputado federal, como Vanessa Grazziottin, que na última eleição para a Câmara Federal obteve 36.816 mil votos, ou Eron Bezerra, ambos do PCdoB, e o vereador Jaildo Oliveira e o deputado estadual Carlinhos Bessa, ambos do PV.

Presidente do PCdoB, Eron Bezerra revelou que será candidato a deputado estadual e Vanessa não concorrerá a cargo público no ano que vem, mas o PCdoB lançará um nome novo nesta chapa de candidatos a federal em 26.

Antes de Edinho Silva, o secretário-geral do PT, o ex-deputado federal gaúcho Henrique Fontana, esteve em Manaus e orientou os dirigentes da sigla sobre a importância de eleger um deputado federal e assim reforce a futura bancada do partido num eventual quarto mandato de Lula.

Para isso, ele recomendou que houvesse uma “busca ativa” de novos quadros que possam elevar a competitividade eleitoral do PT do Amazonas.


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A questão do quociente eleitoral

Historicamente o PT do Amazonas só consegue eleger deputados federais quando conta com fenômenos eleitorais. Foi o caso do primeiro deputado eleito pelo partido, o sindicalista Ricardo Moraes. Em 1990 ele teve 17.944 (7% do total de votos válidos), sendo o quinto mais votado e superando Pauderney Avelino, Beth Azize e Euler Ribeiro. Ricardo Moraes teve a candidatura impulsionada pela atuação dele nas grandes greves dos metalúrgicos na virada dos anos 80 para 90, quando era presidente do Sindicato dos Metalúrgicos.

A história se repetiu com o segundo petista eleito para a Câmara Federal, o economista Franciso Praciano. Após cumprir quatro mandatos de vereador em Manaus, Praciano se tornou popular por liderar manifestações que cobravam melhorias no sistema de transporte coletivo em Manaus.

Na eleição de 2006, Praciano foi o terceiro mais votado para a Câmara Federal, com 126.881 mil votos, 9,11% dos votos válidos. Ele ficou atrás apenas dos fenômenos do “mundo cão na TV”, Carlos Souza, com 147,2 mil votos (10.55) e Sabino Castelo Branco, com 138,9 mil votos (9,11%).

Após cumprir um bom mandato em Brasília, Praciano foi o mais votado na eleição de 2010, obtendo 166.387 mil votos, 10.87% dos votos válidos. Em 2014 ele tentou a eleição para o Senado, mas perdeu para Omar Aziz (PSD).

Seguindo as passadas de Praciano, o então vereador petista José Ricardo Wendling foi o mais votado do Estado na eleição de 2018, obtendo 197.270 mil votos, 11,19% dos votos válidos. Embora tenha feito um bom mandato, José Ricardo foi engolido pela onda anti-petista que tomou as eleições do Amazonas em 2022 e só obteve 89.017 mil votos, 4,4% dos votos válidos.

O número foi insuficiente para renovar o mandato, mas dois anos depois ele se elegeu vereador em Manaus com 17.395 mil votos (1,59% do total), o segundo mais votado do pleito na capital.

Questionado pela Rede Onda Digital se vai tentar novamente uma vaga em Brasília, José Ricardo condiciona uma candidatura a formação de uma chapa competitiva, com nomes que possam impulsionar a votação do partido para alcançar o quociente eleitoral necessário.

“Não adianta eu ser candidato se não tivermos uma chapa com bons nomes e capazes de alcançar  o quociente eleitoral”, declarou Zé Ricardo.

Na eleição de 2022 foi justamente a falta de nomes que derrubou a candidatura do petista. Naquele ano a Federação Brasil Esperança formou uma chapa com apenas sete candidatos, que juntos obtiveram  146.799 mil votos, bem distante do quociente eleitoral daquele ano, que foi de 248 mil votos.

Confira a votação dos candidatos da Federação em 2022:

  • Adal Frente Verde (PV): 1.195 votos;
  • Professora Franceliza (PT): 2.473;
  • Luiz Borges (PT): 4.052;
  • Edjane da Fetagri (PT): 4.593;
  • Sassá da Construção Civil (PT): 8.653;
  • Vanessa Grazziottin (PCdoB): 36.816;
  • Zé Ricardo (PT): 89.017.

 

Análise aponta para um nome competitivo

Para o especialista eleitoral Eric Barbosa, da Pontual Pesquisas, com uma boa chapa a Federação Brasil Esperança consegue fazer um deputado federal, pois o quociente eleitoral vai cair para algo entre 180 ou 190 mil votos, uma vez que a bancada do Amazonas será de dez deputado federais, com a aprovação da nova lei eleitoral.

No entanto, há dificuldades, pois além dos deputados federais que estão com mandato terem sempre um bom recall, há novos nomes que podem ter votações expressivas, como é o caso do vereador Sargento Salazar (PL), campeão de votos na eleição para a Câmara Municipal em 2024; e o presidente da Assembleia Legislativa do Amazonas, Roberto Cidade (União Brasil), que em 2022 obteve mais de cem mil votos para deputado estadual, uma votação que o teria colocado em Brasília naquele ano.