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Michelle Bolsonaro cria novo foco de tensão no PL ao rejeitar aliança com Ciro Gomes no Ceará; Flávio se manifesta

Lideranças afirmam que Michelle tenta assumir um protagonismo maior nas negociações para 2026, o que tem travado movimentos considerados estratégicos para ampliar palanques estaduais
01/12/25 às 19:07h
Michelle Bolsonaro cria novo foco de tensão no PL ao rejeitar aliança com Ciro Gomes no Ceará; Flávio se manifesta

Família Bolsonaro. (Foto: reprodução)

A declaração recente da ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro, dirigente nacional do PL Mulher, abriu uma nova frente de desgaste dentro do Partido Liberal e reacendeu disputas internas entre aliados da direita e setores do Centrão. Michelle criticou publicamente a articulação do PL no Ceará para firmar uma aliança com o ex-governador Ciro Gomes, agora filiado ao PSDB, e classificou como “incompatível” uma coligação com alguém que “atacou duramente” o ex-presidente Jair Bolsonaro.

A posição rompeu com a estratégia que vinha sendo construída pela direção nacional do PL e pelo próprio Jair Bolsonaro para equilibrar alianças estaduais visando 2026. Ao defender apoio direto à pré-candidatura do senador Eduardo Girão (Novo-CE) ao governo do Estado, Michelle contrariou acordos internos e expôs divergências que vinham sendo tratadas de forma reservada.


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Declarações e repercussão

Em nota publicada nas redes sociais, Michelle afirmou que “não há coerência em marchar ao lado de quem dedicou anos a atacar nossa família e os valores que defendemos”. Ela reforçou que, enquanto estiver à frente do PL Mulher, “alianças com grupos que representam a velha política ou a esquerda não serão admitidas”.

A postura provocou incômodo entre dirigentes do PL e parlamentares ligados à base conservadora. Reservadamente, lideranças afirmam que Michelle tenta assumir um protagonismo maior nas negociações para 2026, o que tem travado movimentos considerados estratégicos para ampliar palanques estaduais.

Os três filhos de Jair Bolsonaro: Flávio, Eduardo e Carlos se manifestaram contra Michelle. O senador Flávio Bolsonaro criticou a intervenção da madrasta. Segundo ele, a atitude foi “autoritária e constrangedora, criando obstáculos desnecessários para um acordo que fortaleceria a direita no Ceará”. Flávio defendeu que alianças amplas “são fundamentais para derrotar a esquerda em 2026”.

“A Michelle atropelou o próprio presidente Bolsonaro, que havia autorizado o movimento do deputado André Fernandes no Ceará. E a forma com que ela se dirigiu a ele, que talvez seja nossa maior liderança local, foi autoritária e constrangedora”, disparou Flávio, em entrevista ao portal Metrópoles.

Na sequência, o deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) endossou o irmão, em publicação no X, e reforçou que o acordo com Ciro havia sido conduzido com aval do ex-presidente.

“Meu irmão Flávio Bolsonaro está correto. Foi injusto e desrespeitoso com o André o que foi feito no evento. Não vou entrar no mérito de ser um bom ou mal acordo; foi uma posição definida pelo meu pai”, escreveu o deputado.

O vereador do Rio de Janeiro Carlos Bolsonaro (PL) também se alinhou aos irmãos nas redes sociais e criticou a madrasta:

“Temos que estar unidos e respeitando a liderança do meu pai, sem deixar nos levar por outras forças”, disse Carlos.