Michelle Bolsonaro cria novo foco de tensão no PL ao rejeitar aliança com Ciro Gomes no Ceará; Flávio se manifesta

Família Bolsonaro. (Foto: reprodução)
A declaração recente da ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro, dirigente nacional do PL Mulher, abriu uma nova frente de desgaste dentro do Partido Liberal e reacendeu disputas internas entre aliados da direita e setores do Centrão. Michelle criticou publicamente a articulação do PL no Ceará para firmar uma aliança com o ex-governador Ciro Gomes, agora filiado ao PSDB, e classificou como “incompatível” uma coligação com alguém que “atacou duramente” o ex-presidente Jair Bolsonaro.
Olha Michelle Bolsonaro dando bronca no André Fernandes, aquele deputado trombadinha que meteu a mão no meu microfone uma vez. Quem mandou se aliar ao Ciro Gomes, agora será cobrado. pic.twitter.com/3YSzYFVh38
— GugaNoblat (@GugaNoblat) November 30, 2025
A posição rompeu com a estratégia que vinha sendo construída pela direção nacional do PL e pelo próprio Jair Bolsonaro para equilibrar alianças estaduais visando 2026. Ao defender apoio direto à pré-candidatura do senador Eduardo Girão (Novo-CE) ao governo do Estado, Michelle contrariou acordos internos e expôs divergências que vinham sendo tratadas de forma reservada.
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Declarações e repercussão
Em nota publicada nas redes sociais, Michelle afirmou que “não há coerência em marchar ao lado de quem dedicou anos a atacar nossa família e os valores que defendemos”. Ela reforçou que, enquanto estiver à frente do PL Mulher, “alianças com grupos que representam a velha política ou a esquerda não serão admitidas”.
A postura provocou incômodo entre dirigentes do PL e parlamentares ligados à base conservadora. Reservadamente, lideranças afirmam que Michelle tenta assumir um protagonismo maior nas negociações para 2026, o que tem travado movimentos considerados estratégicos para ampliar palanques estaduais.
Os três filhos de Jair Bolsonaro: Flávio, Eduardo e Carlos se manifestaram contra Michelle. O senador Flávio Bolsonaro criticou a intervenção da madrasta. Segundo ele, a atitude foi “autoritária e constrangedora, criando obstáculos desnecessários para um acordo que fortaleceria a direita no Ceará”. Flávio defendeu que alianças amplas “são fundamentais para derrotar a esquerda em 2026”.
“A Michelle atropelou o próprio presidente Bolsonaro, que havia autorizado o movimento do deputado André Fernandes no Ceará. E a forma com que ela se dirigiu a ele, que talvez seja nossa maior liderança local, foi autoritária e constrangedora”, disparou Flávio, em entrevista ao portal Metrópoles.
Na sequência, o deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) endossou o irmão, em publicação no X, e reforçou que o acordo com Ciro havia sido conduzido com aval do ex-presidente.
“Meu irmão Flávio Bolsonaro está correto. Foi injusto e desrespeitoso com o André o que foi feito no evento. Não vou entrar no mérito de ser um bom ou mal acordo; foi uma posição definida pelo meu pai”, escreveu o deputado.
O vereador do Rio de Janeiro Carlos Bolsonaro (PL) também se alinhou aos irmãos nas redes sociais e criticou a madrasta:
“Temos que estar unidos e respeitando a liderança do meu pai, sem deixar nos levar por outras forças”, disse Carlos.
Meu irmão @FlavioBolsonaro está correto. Foi injusto e desrespeitoso com o @andrefernm o que foi feito no evento. Não vou entrar no mérito de ser um bom ou mal acordo, foi uma posição definida pelo meu pai.
André não poderia ser criticado por obedecer o líder. https://t.co/9e8am5fcpo
— Eduardo Bolsonaro🇧🇷 (@BolsonaroSP) December 1, 2025






