A Polícia Civil do Mato Grosso concluiu que Rhayane Sales da Costa, de 23 anos, foi vítima de um homicídio cruel executado por integrantes de uma facção criminosa. A jovem, que estava desaparecida desde janeiro de 2023, foi sequestrada e morta após ser julgada em um “tribunal do crime”. O assassinato foi transmitido em tempo real por videochamada a um dos líderes do grupo criminoso, já preso.
O corpo da jovem foi localizado na última segunda-feira (16/6), em uma área de mata no bairro Vale Verde, em Primavera do Leste. A vítima foi vista pela última vez em uma boate da cidade, para onde havia viajado com uma amiga. O desaparecimento foi oficialmente registrado pela mãe da jovem em abril do mesmo ano.

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Crime premeditado e transmitido ao vivo
As investigações revelam que Rhayane foi atraída para uma armadilha sob a acusação de envolvimento com uma organização rival — informação que não foi confirmada pelas autoridades. Após ser sequestrada, ela foi mantida em cárcere em uma residência abandonada, onde foi torturada e assassinada. A execução, segundo a polícia, foi registrada e transmitida por chamada de vídeo aos mandantes do crime, como forma de prestação de contas.
Durante a operação que resultou na elucidação do caso, nove pessoas foram presas em diferentes municípios — entre eles, Sorriso, Rondonópolis, Cuiabá e Primavera do Leste. Outros dois mandados foram cumpridos dentro do sistema prisional. Uma das detidas está grávida.
Os envolvidos responderão por crimes como homicídio qualificado, sequestro com agravantes, cárcere privado com sofrimento físico, ocultação de cadáver, corrupção de menores e participação em organização criminosa.
Facções e disputa por território
De acordo com a polícia, a morte de Rhayane foi mais um episódio da guerra entre grupos rivais pelo controle de territórios e tráfico de drogas. “Trata-se de uma execução com alto grau de planejamento e crueldade. A vítima foi usada como símbolo, e a gravação da morte evidencia a tentativa de impor medo e poder”, afirmou um dos delegados responsáveis pelo caso.
As autoridades seguem com a apuração e não descartam novas prisões. Também estão sendo levantadas informações sobre possíveis outras vítimas da mesma facção criminosa em situações semelhantes.