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Economista dá dicas para se organizar financeiramente para 2026

Cuidar do dinheiro não é apenas cortar gastos, mas sim planejar, ter disciplina e fazer escolhas conscientes
21/12/25 às 14:00h
Economista dá dicas para se organizar financeiramente para 2026

Foto: reprodução/TV Brasil

As festas de fim de ano estão chegando, mas nem só as comidas deliciosas preocupam os amazonenses. Muitas pessoas estão mais ansiosas com as dívidas e já começam a pensar em como organizar as finanças.

O economista Jesse Rodrigues explica que cuidar do dinheiro não é apenas cortar gastos, mas sim planejar, ter disciplina e fazer escolhas conscientes.

“Atualmente, os juros altos e o elevado endividamento das famílias nos mostram que o planejamento financeiro é uma necessidade pessoal e familiar. Nesse sentido, a passagem de ano é um marco simbólico que pode nos levar a refletir sobre a reestruturação de hábitos e rotinas, assim como o estabelecimento de objetivos e trajetórias para assegurar a formação de patrimônio e a estabilidade doméstica”, explicou.


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Por onde começar

  • Segundo Rodrigues, o primeiro passo é ter clareza sobre a própria situação financeira. “Para isso, você precisa ser muito honesto consigo mesmo e identificar todos os seus gastos rotineiros e eventuais para saber como funciona o fluxo dos seus recursos, isto é, como o dinheiro entra no seu orçamento e para onde você o direciona”, orientou.
    • Classificar despesas entre fixas (aluguel, contas de água e luz, mensalidades) e variáveis (alimentação, lazer, compras eventuais);
    • Listar dívidas com valores, parcelas e prazos;
    • Estabelecer objetivos financeiros realistas, definindo quanto será destinado ao pagamento de dívidas, quanto será guardado para investir e quanto poderá ser usado em projetos pessoais ou emergências.

    Regra 50/20/30

    Para Rodrigues, o segredo é criar um planejamento financeiro consistente, mas simples e adaptável. O acompanhamento mensal é essencial para ajustar o planejamento e manter o controle.

    • 50% da renda: pagamento de dívidas;
    • 10 a 20% da renda: investimentos para emergências e objetivos de longo prazo;
    • 30% restantes: despesas variáveis do mês, como alimentação, lazer e pequenos gastos do dia a dia.

Erros comuns

O economista aponta que muitos cometem erros ao planejar o orçamento anual. Ele afirma que é importante criar o hábito de revisar o planejamento semanalmente para você garantir que não caia em tentações pelo desejo de consumo estimulado a todo momento.

  • Planejamento irrealista, que se torna difícil de acompanhar;
  • Confusão entre renda e limites de crédito, ignorando custos de juros e IOF;
  • Gastos por impulso e tentativas de burlar o orçamento.

“Revisar o planejamento semanalmente ajuda a manter a disciplina e a vencer a tentação do consumo estimulado”, explica.

Dívidas: quando o empréstimo pode ajudar

Embora pareça ruim pegar empréstimo para pagar dívidas, Rodrigues destaca que a emprestar do banco pode ser vantajoso se houver taxas menores e prazos adequados, mas ele deixa um alerta.

“Porém, essa deve ser uma negociação cautelosa, pois aqui estamos falando da “composição de dívida” cujo objetivo é viabilizar o pagamento da dívida, reduzindo o montante final e ajustando os valores das parcelas e os prazos para pagamento”, afirmou.

Reserva de emergência: quanto guardar?

Para Jesse Rodrigues, o valor ideal depende do perfil do trabalhador e também é necessário saber onde guardar o dinheiro.

“Nesse aspecto, você deve considerar dois critérios: segurança, baixo risco de perder o seu investimento; e liquidez, disponibilidade imediata para saques. Assim, restam três opções: a poupança, que tem alta liquidez, mas tem baixo rendimento; há os CDB de liquidez diária que também oferecem pouco risco, desde que sejam de bancos confiáveis, e têm rentabilidade um pouco melhor que a poupança; e, por fim há os títulos Tesouro Selic que ganham muito em segurança e têm rentabilidade melhor que a poupança e, às vezes, até dos CDB”, disse ele.

Como se preparar ainda em 2025 para 2026

“A organização financeira deve ser uma jornada de autoconhecimento e disciplina e desenvolvimento pessoal, e não um trabalho enfadonho que logo será esquecido. Para 2026, a chave do sucesso financeiro não está em fórmulas complexas, mas na aplicação constante de princípios básicos de gestão e na vigilância contra armadilhas comportamentais e tecnológicas”, afirmou Jesse Rodrigues.

O economista deu dicas para começar o ano com o pé direito e a vida financeira organizada. Confira;

  • Monte um calendário de despesas anuais, incluindo impostos, datas festivas e eventos previstos;
  • Faça uma faxina financeira, eliminando assinaturas desnecessárias e renegociando dívidas;
  • Ajuste seu padrão de vida e revise investimentos para reduzir riscos e melhorar rendimentos.

Ganhar mais ou gastar melhor?

Rodrigues explica que o equilíbrio é essencial. “A chave está em equilibrar o piso de segurança familiar com o teto de crescimento da renda”, conclui.

  • Gastar melhor garante estabilidade e permite acumular reservas sem depender de aumentos de renda;
  • Ganhar mais acelera a formação de patrimônio e viabiliza projetos pessoais e familiares.