Em vídeo postado em redes sociais, o o líder e presidente do Conselho Distrital de Saúde Indígena Yanomami e Ye’kwana (Condisi-YY), Júnior Hekurari Yanomami, denunciou na noite de ontem que uma menina de 12 anos morreu após ser estuprada por garimpeiros na região de Waikás, em Roraima, uma das mais atingidas pela ação de mineradoras ilegais na Terra Indígena Yanomami.
Além deste crime, Hekurari afirma que, além da morte da menina, outra criança ianomâmi, de cerca de 3 anos, desapareceu após cair no rio Uraricoera. O crime aconteceu na comunidade Aracaçá, segundo os relatos.
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Ele afirmou:
“A adolescente estava sozinha na comunidade e os garimpeiros chegaram, atacaram e levaram ela para as barracas deles. A tia dela defendeu [a sobrinha]. Quando estava defendendo, os garimpeiros empurram ela em direção ao rio junto com a criança. Essa criança se soltou no meio do rio, acho que estava em um barco. Eles invadiram e levaram [a menina] para o barraco dos garimpeiros e a violentaram brutalmente, estupraram essa adolescente. Moradores de lá me disseram que ela morreu. Então, é muito triste, muito triste mesmo”.
Segundo relatório, a região de Waikás onde fica a comunidade Aracaçá, foi a que teve o maior avanço de exploração de garimpeiros: 25% da região foi devastada em um ano. A população da região é 198 indígenas, segundo o Condisi-YY.
Hekurari, por meio do Condisi-YY, enviou um ofício relatando a situação para o Distrito Sanitário Especial Indígena Yanomami e a Secretaria Especial de Saúde Indígena (Sesai), ambos de responsabilidade do Ministério da Saúde, além de PF, Ministério Público Federal (MPF). No documento, o líder da associação pede apuração do caso.