O dólar fechou em alta nesta terça-feira (24/6), impulsionado pelo alívio nos temores geopolíticos e pela cautela dos mercados diante do cenário de juros nos Estados Unidos. A moeda americana avançou 0,29%, encerrando o dia cotada a R$ 5,51. Já o Ibovespa, principal índice da B3, subiu 0,45%, alcançando 137.164 pontos.
O tom positivo nos mercados foi alimentado pela confirmação de um cessar-fogo entre Israel e Irã, anunciado na véspera pelo presidente dos EUA, Donald Trump. Apesar de acusações mútuas de violações ao acordo durante o dia, Trump afirmou, após nova conversa com o premiê israelense Benjamin Netanyahu, que a trégua seguia válida e que não haveria novos ataques.
As bolsas globais reagiram com entusiasmo. Em Nova York, o Dow Jones subiu 1,2%, o S&P 500 avançou 1,1% e o Nasdaq ganhou 1,5%, refletindo a redução do risco geopolítico. Segundo Nickolas Lobo, especialista da Nomad, o clima de trégua no Oriente Médio contribuiu para o segundo dia consecutivo de forte alta nos mercados.
Outro reflexo da distensão foi a queda expressiva no preço do petróleo, que despencou mais de 6% e reforçou a percepção de que o risco de uma interrupção severa na oferta global da commodity diminuiu.
No campo econômico, investidores acompanharam com atenção a participação do presidente do Federal Reserve, Jerome Powell, em sabatina no Congresso americano. Powell evitou sinalizar quando pode ocorrer um corte de juros, alegando incertezas no cenário inflacionário, acentuadas pelas novas tarifas impostas por Trump.
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A fala contrastou com a postura mais inclinada à redução dos juros de dois diretores do Fed, que defenderam a possibilidade de corte já em julho.
Nos EUA, o índice de confiança do consumidor decepcionou, caindo de 98,4 para 93 pontos — abaixo da expectativa de 99,5 —, refletindo pessimismo tanto com a situação atual quanto com as perspectivas futuras. Ainda assim, o mercado de trabalho permanece resiliente, segundo analistas.
No Brasil, os agentes econômicos digeriram a ata da última reunião do Copom, que elevou a taxa Selic para 15% ao ano, o maior nível em 19 anos. O documento reforçou a necessidade de juros elevados por mais tempo e indicou que o ciclo de aperto monetário pode ter chegado ao fim, caso o cenário inflacionário permaneça sob controle.
(*) Com informações do Metrópoles.