Nesta quarta-feira (2/7), o dólar voltou a cair frente ao real e encerrou o dia cotado a R$ 5,420, com queda de 0,74% — o menor valor desde 19 de agosto de 2024, quando fechou em R$ 5,411. O movimento acompanha a tendência global de enfraquecimento da moeda americana, enquanto o Ibovespa, principal índice da Bolsa brasileira, também recuou 0,36%, fechando aos 139.050 pontos.
Segundo Nickolas Lobo, especialista da Nomad, o dólar seguiu a tendência global de desvalorização. Ele cita o índice DXY, que compara o dólar com moedas de economias desenvolvidas, e que operou praticamente estável nesta quarta, com leve queda de 0,06% — embora acumule baixa de 10,8% no ano.
A desvalorização do Ibovespa foi puxada principalmente por perdas no setor bancário. As ações do Santander caíram 2,58%, enquanto Bradesco recuou 1,85% e Itaú, 0,36%. O desempenho negativo também atingiu empresas de consumo e serviços, como Assaí, com queda de 8%, e Localiza, que perdeu 5%.
Por outro lado, papéis de peso ajudaram a limitar a queda do índice. A Petrobras subiu 2,34% e a Vale, 3,75%, ajudando a equilibrar parte das perdas.
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No Brasil, os investidores reagiram ao resultado da produção industrial, que caiu 0,5% em maio frente a abril, segundo o IBGE. No campo político, segue o impasse entre o Congresso e o governo sobre o possível aumento do IOF (Imposto sobre Operações Financeiras), o que também contribui para a cautela do mercado.
No exterior, o destaque foi a surpresa negativa nos dados de emprego nos EUA. O setor privado perdeu 33 mil vagas em junho, contrariando as projeções de crescimento de 100 mil — marcando a primeira retração no relatório da ADP desde março de 2023.
O dado reacendeu expectativas de que o Federal Reserve (o banco central dos EUA) possa realizar dois cortes de juros ainda em 2025. Atualmente, a taxa básica norte-americana está entre 4,25% e 4,50%.
Acumulados
- Dólar em 2025: queda de 12,28%
- Dólar na semana: baixa de 1,15%
- Ibovespa em 2025: alta de 16,02%
- Ibovespa na semana: crescimento de 1,96%
*Com informações do Metrópoles.