Banda de metal carioca lança capa com arte baseada na foto da cabeça decepada de traficante

(Foto: reprodução)
A banda carioca Gornan do segmento black metal (gênero que tem como tema o cultismo e o satanismo) chocou ao divulgar o material promocional usando uma arte baseada na foto da cabeça decepada de Yago Ravel Rodrigues, 19 anos, morto durante a megaoperação policial nos complexos do Alemão e da Penha, no dia 28 de outubro.
A imagem foi divulgada como teaser de uma capa de disco, bem como está sendo utilizada como estampa de camisas. Familiares, organizações de direitos humanos e até fãs da cena metal condenaram o uso da foto, acusando o grupo de explorar uma tragédia de forma sensacionalista e desrespeitosa.
Após a divulgação e repercussão da imagem, a banda de pronunciou em sua página do Instagram, afirmando que não usou a foto da cabeça de Yago, conforme foi divulgado por demais portais de notícias “Nossa banda não usou uma foto de nenhum criminoso, é uma arte desenhada e fisionomia do rosto diferente”
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Em outro post, a Gornan expressou que não compactua com ideologias nazistas, cristãs e nenhuma forma de doutrina “Nossa música é Sobre guerra, caos e verdade. O war Black metal que fazemos reflete a maldade da escória humana”, declarou.

Em uma outra postagem a banda explicou que as vendas dos materiais promocionais serão destinadas para “ongs e projetos sociais que trabalham com o objetivo de prevenir a entrada de jovens na criminalidade”.
Apesar das explicações, a banda foi duramente criticada pelo uso da imagem. “joga aí pro público quais são as instituições que irão receber essas doações. queremos provas”. Outro usuário questionou a atitude da banda “”Black Metal” fazendo caridade kkkkkk esses não entenderam nada do que se trata.”
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Outra usuária disse. “Isso não é rock, isso é apenas para chocar gerar mídia e ter sensacionalismo. Rock d vdd está com os system of a dawn que lutam contra o sistema do governo, com o u2 que tem letras contra guerras e com Green day com suas músicas conscientes”.
Yago foi apontado pela polícia como integrante do Comando Vermelho. Ele foi achado sem vida e decapitado, vestido com roupa camuflada. Em postagens antigas, aparecia com armas e referências à facção. A família nega o envolvimento dele com o crime. Uma tia afirmou em vídeo que o jovem era “um menino do bem” e teria sido morto por policiais. A Polícia Civil contesta e afirma que a perícia ainda vai esclarecer se a decapitação aconteceu antes ou depois da morte. Também há a hipótese de que criminosos tenham mutilado o corpo para tentar incriminar agentes.
A operação do dia 28 de outubro deixou dezenas de mortos e abriu espaço para relatos contraditórios. Moradores falam em execuções e tortura, enquanto autoridades afirmam que traficantes manipularam corpos para simular vítimas inocentes.

O caso está sendo investigado pela 22ª DP (Penha) e pelo Instituto Médico Legal (IML), que apuram as circunstâncias da morte e a origem das imagens usadas pela banda.
*Com informações do BNews.






