O Rio Negro está prestes a atingir o ápice da estiagem na segunda quinzena de outubro, conforme as previsões do Serviço Geológico do Brasil. Essa seca histórica já está tendo um impacto significativo em várias áreas.
O transporte de cargas, alimentos e pessoas está sendo severamente afetado. De acordo com a Agência Reguladora de Serviços Públicos Delegados e Contratados do Amazonas, 90% das 136 embarcações que operam nas 116 linhas do estado estão enfrentando restrições, reduzindo em 50% a capacidade de transporte de cargas. No Amazonas, mais de 2.200 alunos não conseguem assistir às aulas devido à falta de transporte hidroviário, afetando especialmente 59 dos 62 municípios amazonenses que dependem desse tipo de transporte.
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Na região do Lago Tefé, no interior do estado, mais de 120 botos-vermelhos e tucuxis foram encontrados mortos, possivelmente devido às altas temperaturas do lago. A pesquisadora de mamíferos aquáticos amazônicos do Instituto Mamirauá, Miriam Marmontel, expressa preocupação com essa mortalidade, pois ela pode ter um impacto significativo na população desses animais na região.
Além disso, a região enfrenta um aumento nos focos de queimadas. De acordo com dados do Programa Queimadas do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais, este ano já foram registrados mais de 14.600 focos de incêndio, ultrapassando em muito a média histórica anual de 9.600 focos. O pior nível registrado pelo Rio Negro foi em 2010, quando atingiu 13,63 metros, e a atual situação indica que a região está enfrentando um desafio e grandes problemas ambientais.