O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) se reuniu nesta sexta-feira (16/5), no Palácio da Alvorada, com ministros e líderes do governo para avaliar a estratégia diante da instalação da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) que vai apurar fraudes no Instituto Nacional do Seguro Social (INSS).
O encontro reuniu nomes de peso da articulação política, como o líder do governo no Senado, Jaques Wagner (PT-BA); o ministro da Casa Civil, Rui Costa (PT-BA); a ministra da Secretaria de Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann (PT-PR); o titular da Previdência, Wolney Queiroz; e o secretário de Comunicação Social, Sidônio Palmeira.
A criação da CPMI gera divergências entre governistas. Enquanto parte da base vê riscos políticos e teme o desgaste para o Executivo, outros parlamentares consideram inevitável a instalação do colegiado e defendem que o governo assuma protagonismo nas investigações para direcionar o foco às origens do esquema, ainda no governo de Jair Bolsonaro (PL).
Segundo fontes do Planalto, o entendimento que ganha força é o de que, diante da pressão no Senado, a comissão será instalada de qualquer forma — e, portanto, o Executivo precisa atuar para evitar que as investigações recaiam sobre a atual gestão.
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Durante audiência no Senado nesta quinta-feira (15/5), o ministro Wolney Queiroz prestou esclarecimentos sobre o caso. Na ocasião, o senador Jaques Wagner afirmou que o PT apoiará a criação da CPMI, mas com foco em investigar os responsáveis de forma ampla e cronológica.
“O PT vai assinar, sim, essa CPI. Vamos investigar todos os fatos e todas as pessoas, como fizemos na CPI da Covid e na do 8 de Janeiro. O importante é garantir uma apuração séria e profunda”, declarou o senador.
Nos bastidores, Wagner havia manifestado ressalvas à criação da comissão, argumentando que o Congresso tem pautas mais urgentes e que a Polícia Federal seria o órgão mais adequado para conduzir a investigação. No entanto, diante da mobilização no Senado, o governo avalia que será mais estratégico assumir parte do controle da CPMI do que resistir à sua formação.
A comissão investigará denúncias de descontos indevidos em benefícios previdenciários, reveladas por servidores e reportagens recentes. As fraudes teriam começado ainda em 2020 e envolvem suspeitas de atuação de sindicatos e associações junto ao sistema do INSS.