O açaí é um dos produtos do extrativismo vegetal mais importantes de toda a Amazônia. As dificuldades dos pequenos e médios produtores e comerciantes desse fruto da Região Amazônica são o foco principal de pesquisa realizada pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas (Fapeam). Cinco municípios do interior do estado foram avaliados, visando a melhoria da cadeia produtiva.
O estudo intitulado “Extrativismo, cadeia produtiva e desenvolvimento tecnológico e sustentável do açaí amazônico” é desenvolvido pelo Programa Estratégico de Desenvolvimento do Setor Primário Amazonense (Prospam), da Fapeam. Após a realização desse levantamento, será feito a produção de uma cartilha, como teste piloto, sobre as boas práticas de manipulação.
A pesquisa de campo foi realizada diretamente nos locais de comércio, produção (beneficiamento) e plantio e contou com a participação de 50 entrevistados, entre eles, produtores e comerciantes dos municípios de Coari (a 363 quilômetros da capital), Codajás (240 Km), Tefé (523 Km), Anori (195 Km) e Alvarães (531 Km).
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A coordenadora do projeto e pesquisadora, Klenicy Kazumy de Lima Yamaguchi, da Universidade Federal do Amazonas (Ufam), afirma que o açaí é indiscutivelmente o produto do extrativismo vegetal mais importante da região.
“Não somente pela amplitude de sua produção, que vêm crescendo do Maranhão a Rondônia, e em especial no Amazonas, mas também nos aspectos sociais, da importância cultural e também ambiental, como no descarte dos resíduos”, reitera.
O questionário in loco avaliou o equilíbrio ambiental, social e econômico do extrativismo, para obtenção do desenvolvimento sustentável da matéria-prima, os entraves e as necessidades para o desenvolvimento e produção do fruto.
Através dessa análise, o estudo visa não só a realização de um diagnóstico sobre as demandas dos agricultores, cooperativas e comerciantes, bem como agregação de valor pelo uso integral dos frutos, cursos de formação para os agricultores sobre o beneficiamento da polpa, cuidados no plantio, uso de tecnologias verdes para manejo e produção.
Klenicy Yamaguchi revela ainda que os estudos sobre a cadeia produtiva do fruto amazônico são escassos e incipientes. Dessa forma, o estudo corrobora para ampliar o conhecimento sobre os aspectos socioeconômicos e a consolidação de tecnologias para beneficiar essa produção. A pesquisa, em andamento, encontra-se na fase de levantamento das dificuldades e elaboração de uma cartilha.
“Faz-se necessário tecnologias avançadas de manejo e produção adequadas à realidade do Médio Solimões, que aproximem as necessidades do produtor/extrativista, cooperativa-cooperado, comerciantes e a indústria, de forma a contribuir com a sustentabilidade e o desenvolvimento socioeconômico da região”, complementa.