As principais notícias de Manaus, Amazonas, Brasil e do mundo. Política, economia, esportes e muito mais, com credibilidade e atualização em tempo real.
Rede Onda Digital
Assista a TV 8.2

Caso Benício: família pede justiça durante manifestação em frente ao CRM de Manaus

Até o momento, o hospital e e o Conselho de Medicina do Amazonas não se pronunciaram
01/12/25 às 13:02h
Caso Benício: família pede justiça durante manifestação em frente ao CRM de Manaus

Foto: Rede Onda Digital

A manhã desta segunda-feira (1⁠º/12) foi marcada por fortes emoções durante uma manifestação organizada por familiares e amigos de Benício Freitas, de 6 anos, que morreu devido a uma ‘overdose de adrenalina’ prescrito pela médica Juliana Brasil durante atendimento no Hospital Santa Júlia. O caso ocorreu no dia 23 de novembro.

Os pais, Joyce e Bruno, voltaram a relatar a dor da perda e a cobrar respostas sobre o que, segundo eles, teria sido um atendimento marcado por falhas e falta de cuidado.

O caso ocorreu após o menino, que apresentava febre e tosse seca, ser levado ao hospital no dia 22 de novembro. De acordo com os pais, Benício entrou na unidade consciente, alimentou-se, tomou medicação e chegou a conversar com a equipe de enfermagem antes de apresentar piora.

Uma tosse seca. Ela deu um princípio ali de laringite. Ele entra andando, ele entra andando, ele toma água, toma medicação”, contou Bruno.

Veja o vídeo:

“Meu erro foi confiar”, diz mãe 

Joyce relatou que não sabia sobre os riscos do medicamento aplicado no filho e afirmou que, caso soubesse, teria impedido o procedimento. “Eu confiei, meu erro foi confiar, eu confiei no hospital, eu confiei na equipe”, desabafou.

Ela afirma que, em nenhum momento, a equipe médica explicou sobre o estado de saúde de Benício. “Inclusive, a todo momento eu perguntava dos médicos, meu filho vai ficar bem? Meu filho vai ter alguma sequela? E todo mundo falava: ‘não, seu filho vai ficar bem’. Eu, o tempo todo perguntando, na UTI: meu filho vai ficar bem? Não, seu filho vai ficar bem, seu filho não vai ter sequela, e não foi o que aconteceu. Nosso filho entrou apenas com uma tosse, pessoal. Só uma tosse”, contou.

Veja o vídeo;

Bruno reforçou que o menino apresentou melhoras antes de ser encaminhado para a UTI, onde acabou sendo intubado. Além disso, eles descobriram que o procedimento teria sido tentado mais de uma vez.

Veja o vídeo:

Revolta

Os pais criticaram a postura da médica Juliana Brasil, responsável por prescrever 9 ml de adrenalina na veia da criança. Joyce estava bastante consternada e afirmou que a profissional “não tinha postura de médico” e que ela se mostrou despreparada naquele momento.

No celular, sempre no celular, ela não sabia agir, ela não tem postura de médico. O médico salva a vida, ela não salvou a vida do meu filho”, desabafou.

Em meio à dor, Joyce descreveu Benício como “uma perfeição divina”. “O Benício não me dava trabalho, não me dava trabalho na escola, não era uma criança de briga, não era. Era uma perfeição divina, meu filho. Meu filho era perfeito”, disse.

Veja o vídeo:

Pedido de mudanças e reforço nos protocolos

A principal mensagem da manifestação foi o apelo por justiça e mudanças no sistema de saúde.
Os pais pedem que o caso não caia no esquecimento e que sirva para reforçar protocolos, revisar procedimentos e evitar que outras famílias passem pelo mesmo sofrimento.

Os hospitais precisam ver modificações, melhorias nos sistemas dos hospitais. Não pode ficar assim, a morte do Benício não pode ser mais uma morte, mais uma estatística, não. Tem que mudar. Tem que mudar toda a forma de se trabalhar, toda a forma de se checar, todos os protocolos têm que melhorar”, afirmou Bruno.

Sobrevivendo

Segundo Joyce, a mobilização foi organizada por pessoas próximas, já que ela e o marido ainda vivem o luto de maneira intensa. “Foi mais os familiares e amigos mesmo que organizaram, porque a gente está de cabeça, a gente está de pé, graças às orações de todo mundo, porque como eu falo, eu não estou vivendo, eu estou sobrevivendo. Então, a gente está aqui por força, é pelo nosso filho, é para lutar por ele, por isso, que a gente está aqui”, destacou Joyce.

A concentração reuniu dezenas de apoiadores, que levaram cartazes e palavras de solidariedade ao casal.

A equipe da Rede Onda Digital entrou em contato com o Hospital Santa Júlia para mais informações sobre o caso, mas em nota, a assessoria informou que o hospital não irá responder e que a condução das investigações está com “as autoridades policiais”.

O Conselho Regional de Medicina do Amazonas (Cremam) também preferiu não se pronunciar sobre o caso. Mas, anteriormente, já havia informado que a conduta da médica está sendo apurada em um trâmite que ocorre em sigilo.