O cientista brasileiro Tulio de Oliveira, que mora na África do Sul desde 1997, e o zimbabuano Sikhulile Moyo receberam neste sábado, 26, o Prêmio África da Alemanha 2022, entregue pelo chanceler federal alemão, Olaf Scholz, em cerimônia em Berlim. Os dois foram responsáveis pela descoberta da variante ômicron da Covid-19.
Oliveira é pesquisador em biotecnologia e dirige o Centro para Respostas e Inovação em Epidemias (Ceri) da Universidade Stellenbosch, na África do Sul. O brasileiro já havia sido destacado pela revista científica Nature como uma das dez personalidades que fizeram a diferença em 2021 e entrou na lista dos cem mais influentes da revista americana Time deste ano. Ele se mudou para a África do Sul aos 21 anos e hoje é um dos maiores especialistas em epidemias do continente.
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Em novembro de 2021, Oliveira e Moyo trabalharam em conjunto para descobrir um padrão até então desconhecido do vírus da Covid-19. O trabalho levou a ambos declararem o alerta da nova variante, altamente contagiosa, que a Organização Mundial da Saúde (OMS) batizou de ômicron.
Infelizmente, Oliveira e Moyo passaram a ser hostilizados após a descoberta e receberam até ameaças de morte. Em Berlim, Moyo afirmou:
“Recebi telefonemas de pessoas reclamando que eu tinha estragado as suas férias. Muitos disseram ‘vocês, cientistas, falam demais, olhem o que fizeram’. Foi muito desconfortável”.