A Organização dos Estados Americanos (OEA) solicitou ao governo brasileiro proteção para onze membros da União dos Povos Indígenas do Vale do Javari (Unijava). O grupo atua na vigilância e proteção da reserva indígena no Vale do Javari (AM), e ajudou nas buscas pelo jornalista inglês Dom Phillips e pelo indigenista Bruno Pereira, assassinados na região em junho deste ano. Bruno atuava junto à Univaja quando foi morto.
A Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH), órgão da OEA, afirma que integrantes da Univaja estariam sendo perseguidos e ameaçados de morte por conta do trabalho realizado à frente da associação. As ameaças estariam sendo feitas por grupos criminosos ligados ao tráfico de drogas e mineração e pesca ilegais atuando na região.
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Entre os indigenistas citados pela CIDH estão lideranças como Beto Marubo, Eliesio Marubo, Higson Dias Castelo Branco e Juliana Oliveira.
Além disso, nos últimos dias a Justiça Federal no Amazonas determinou a transferência de Amarildo da Costa Oliveira, o “Pelado”, para um presídio federal. Ele é um dos investigados pelos assassinatos de Bruno e Dom, e o juiz que solicitou a transferência aponta “risco de queima de arquivo”. Os outros dois investigados, Oseney da Costa de Oliveira, conhecido como “Dos Dantos”, e Jefferson da Silva Lima, conhecido como “Pelado da Dinha”, estão presos numa unidade prisional da capital amazonense.