O Ministério Público Federal (MPF) solicitou a instauração de um inquérito para investigar a postura do diretor-geral da Polícia Rodoviária Federal (PRF), Silvinei Vasques, na votação do dia 30 de outubro — que definiu Luiz Inácio Lula da Silva (PT) como presidente da República. O pedido tramita sob regime de urgência para verificar as condutas adotadas ou não pelo chefe da corporação.
Segundo o MPF, o inquérito foi encaminhado à Polícia Federal e deverá investigar se os bloqueios de veículos realizados pela PRF em várias estradas, principalmente na região Nordeste, no dia da votação, respeitaram a legislação. “Podem ficar caracterizados os crimes de prevaricação e de violência política, previstos nos artigos 319 e 359-P, ambos do Código Penal”, comunicou a procuradoria.
“É que, conforme amplamente divulgado na imprensa, as blitze praticadas pela polícia não atenderam à ordem do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e teriam sido executadas sob orientação de ofício expedido pelo diretor-geral da PRF”, completou.
Se comprovado que ele também teve papel nas ações que paralisam as rodovias brasileiras, Vasques pode responder por prevaricação e participação, por omissão, nos crimes ocorridos nas manifestações.
“O inquérito policial foi requisitado em resposta à representação formulada por subprocuradores-gerais da República, integrantes das Câmaras Criminal (2CCR) e do Controle Externo da Atividade Policial e Sistema Prisional (7CCR)”, disse o MPF.