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Conheça algumas curiosidades sobre a negritude no Amazonas

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O Dia Nacional da Consciência Negra é celebrado no dia 20 de novembro, a data foi criada com o objetivo de homenagear Zumbi, líder do Quilombo dos Palmares, situado entre os estados de Alagoas e Pernambuco, na região Nordeste do Brasil. Zumbi é considerado um símbolo de luta e resistência dos negros escravizados no país.

Confira agora algumas curiosidades sobre negros que viveram no Amazonas, baseado no trabalho de conclusão de curso do mestre Ygor Olinto Cavalcante, da Universidade Federal do Amazonas. Ygor lançou o livro “Abolição à sombra do cativeiro” no último dia 15.

As fugitivas

Relatos do trabalho do professor Ygor Olinto, contam trechos de como foram as fugas de duas negras no ano de 1864. Izabel, escrava do senhor Manoel Thomaz Pinto, havia fugido e “andava a toa pela cidade”, até que foi capturada. Manoel, seu senhor, já tinha pedido ajuda aos inspetores e policiais para prender a jovem escrava.

Outra escrava foi Ana, que entre um serviço e outro as suas “desordens” até que foi presa. Um tempo depois foi a vez de Maria Salomé, que foi presa por “andar fugida”. Benedita foi uma escrava que afrontou seu senhor e também fugiu tentando escapar da sentença sob pena de cem açoites. Alguns meses depois foi capturada e açoitada”, diz o relato.

Negros de ganho e de bons costumes

Por volta de 1950, havia em Manaus população “branca, pretos, pardos, mulatos, cafuzos, retintos, homens e mulheres negros nascidos no país, e também africanos, entre escravos e livres”. Entre esses, havia os negros “aguadeiros” que carregavam água das fontes e igarapés para vender aos cidadãos. Eles eram chamados “negros de ganho” que alugavam seus serviços.

Também existiam os negros “de bons constumes” que eram vendedores, quitandeiras, engomadeiras, costureiras, sapateiros, ferreiros, carpinteiros, entre outros.

Negros ajudaram na construção da cidade

Apesar de não serem considerados “operários da melhor qualidade”, pelo presidente da província do Amazonas, Manoel Clementino da Cunha, os negros contribuíram para a construção da cidade. A grande Escola dos Educandos Artífices, que deu nome ao bairro de Educandos, teve ajuda dos negros que atuaram na limpeza do prédio. Também ajudaram na obras da Igreja Matriz e na construção do Cemitério São José, onde hoje é a sede do Atlético Rio Negro Clube e a Praça da Saudade.

Bebedeiras

Os negros livres costumavam sair para se divertir e beber após um longo dia de trabalho. Geralmente as bebedeiras aconteciam na beira do Igarapé de Educandos. “Eles costumavam sair do bairro Costa da África, onde moravam, atravessavam toda a cidade, passando quase que obrigatoriamente pela rua Brasileira (atual 7 de setembro), para ficar as noites nos riachos dos Educandos Artífices, onde moravam outros parceiros, e ali causavam às vezes “desordens com bebedeiras e rixas”. Os relatos contam: “Embriagados” e para “Averiguações policiais” foram presos incontáveis vezes os africanos Onorato Angola, Estevão Angola, Leonardo Angola, Roberto Benguela, Constantino Angola, Antônio Pedro, Manoel Benguela, Mathias Calabar, Vicente Congo, Braz Congo.

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