Na madrugada de hoje, um segurança da deputada federal bolsonarista Carla Zambelli (PL-SP) foi libertado mediante pagamento de fiança após o incidente ocorrido na tarde de sábado. Em bairro nobre de São Paulo, uma discussão envolvendo a deputada e um jornalista levou Zambelli a perseguir, de pistola em punho, um eleitor negro petista. Um disparo de arma foi efetuado, e o autor foi identificado como o segurança em questão. A cena foi gravada pelos espectadores.
Segundo a Secretaria de Segurança Pública de São Paulo, o segurança é um policial militar de 46 anos que estava de folga. A arma dele foi apreendida para perícia, assim como a da deputada, que tem porte federal de arma e entregou a documentação no 78º DP do bairro dos Jardins.
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A polícia afirmou que, como Zambelli não se encontrava perto de nenhuma zona eleitoral, ela não se enquadra no crime previsto pela resolução 23.669/2021.
Apesar da informação de que sua pistola foi apreendida para perícia, a deputada falou à imprensa na saída da delegacia que continua armada e votará portando arma, o que é proibido pela justiça eleitoral. O caso é investigado pela polícia como disparo de arma de fogo, injúria, ameaça e lesão corporal.
O jornalista Luan Araújo, que também foi perseguido, afirmou que a confusão começou porque ele encontrou com Zambelli em um bar e a mandou “tomar no **”. Ele relata que as pessoas que acompanhavam Zambelli começaram a filmar a discussão até que o homem disse “te amo, espanhola”. Foi neste momento que Zambelli se desequilibrou, caiu e passou a correr atrás da vítima com a arma. A deputada afirmou que foi empurrada pelo jornalista – o que não condiz com as imagens do incidente – e disse “Eles usaram um negro pra vir em cima de mim”.
O jornalista prestou depoimento e disse que lutará para que a deputada seja presa e perca seu mandato.