De acordo com uma pesquisa realizada pela Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel) revelou que um prato pedido pelo serviço de delivery iFood fica em média 17,5% mais caro para o consumidor, em comparação com o mesmo pedido feito no salão do restaurante.
O levantamento foi realizado em julho e ouviu 1.600 estabelecimentos. A pesquisa faz parte de um processo em andamento no Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), que apura se há abuso de posição dominante por parte do iFood no mercado de delivery brasileiro.
O que está incluso na conta?
A conta se refere ao preço cobrado pelos restaurantes e já inclui os 10% da taxa de serviço. Não considera outras despesas, como a taxa de entrega cobrada pelo iFood, ou o gasto de estacionamento que o consumidor pode ter na ida ao restaurante.
O iFood não divulga quanto cobra em média pela entrega. De acordo com o site da empresa, a taxa mínima paga ao entregador é de R$ 6 por rota, sendo que os entregadores recebem R$ 1,50 por quilômetro rodado. Dados do Sindepark (Sindicato das Empresas de Garagens e Estacionamentos do Estado de São Paulo) mostram que o preço médio do estacionamento nos principais bairros de São Paulo em 2022 é de R$ 14,61 para a primeira hora.
Por que fica mais caro?
A Abrasel afirma que os produtos ficam mais caros no delivery por conta das taxas cobradas dos restaurantes pelo iFood, que acabam repassadas para o cliente final. Segundo a entidade, o iFood detém 80% do mercado de delivery no Brasil e cobra em média entre 16% e 25% de taxa dos restaurantes, mas esse número chega a superar os 30%. O levantamento não considerou outras plataformas de delivery.
“Essas taxas fazem com que o preço ao consumidor seja 17,5% maior no iFood do que comprando na loja. Precisamos encontrar uma solução, é um mercado com baixa concorrência”, diz Paulo Solmucci Junior, presidente da Abrasel.
Com informações do UOL*
Imagem: Leonidas Santana/Getty