O ministro das Finanças do Reino Unido, Kwasi Kwarteng, foi demitido nesta sexta-feira (14). A saída de Kwarteng à frente da economia britânica foi confirmada após dias de especulação sobre seu futuro político.
Kwarteng ficou poucas semanas no cargo. Sua demissão veio como consequência de um desastroso plano financeiro apresentado por ele, que afundou os mercados do Reino Unido e alarmou agências financeiras no mundo todo.
O plano apresentado por Kwarteng há três semanas envolvia grandes cortes em impostos e aumento de empréstimos na expectativa de alavancar o crescimento econômico do Reino Unido.
Porém, o anúncio do plano fez com que a libra e os títulos do governo despencassem por medo do aumento da inflação em um momento em que os preços já estão subindo no ritmo mais rápido dos últimos 40 anos.
O Banco da Inglaterra emitiu um alerta para o risco de desestabilidade financeira e anunciou intervenções separadas na tentativa de alcamar um colapso do mercado de títulos.
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Após a confirmação de sua demissão, Kwasi Kwarteng publicou uma carta para Liz Truss na manhã desta sexta-feira. Ele continua defendendo seu plano econômico amplamente criticado por especialistas, que criou a indignação pública dos britânicos e acabou lhe custando o emprego.
“Você me pediu para ficar do seu lado como seu chanceler. Eu aceitei”, escreveu Kwarteng. “Como eu disse muitas vezes nas últimas semanas, seguir o status quo simplesmente não era uma opção”, acrescentou.
Kwasi Kwarteng ficou no cargo por apenas 38 dias, tornando-o o segundo ministro das Finanças britânico com o mandato mais curto já registrado. Iain Macleod, que morreu 30 dias depois de assumir o posto, em 1970, é o chanceler do Reino Unido com o mandato mais curto.
O ex-ministro das Relações Exteriores Jeremy Hunt foi nomeado ministro das Finanças do Reino Unido, confirmou o gabinete da primeira-ministra Liz Truss. Ele é visto por muitos no partido como “um par de mãos seguras”.