Hoje, a Procuradoria Federal dos Direitos do Cidadão deu ao Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos três dias para prestar informações sobre todas as denúncias de violência contra crianças que teria recebido desde 2016. A medida veio após fala da ministra e senadora récem-eleita Damares Alves no último fim de semana sobre abusos sexuais infantis a que teria tido conhecimento.
Além disso, o Ministério Público Federal (MPF) também cobrou ontem a ministra por mais informações sobre supostos crimes que teriam sido cometidos contra crianças na Ilha de Marajó. A deputada federal eleita Erika Hilton (PSOL-SP) também acionou a Procuradoria-Geral da República (PGR) contra Damares.
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As afirmações da ministra foram feitas em culto no fim de semana com a presença de crianças. Ela falou sobre abusos que teriam sido cometidos contra crianças na Ilha de Marajó, no Pará. Damares disse:
“Eu vou contar uma história para vocês, que agora eu posso falar. Nós temos imagens de crianças brasileiras de três, quatro anos que, quando cruzam as fronteiras, os seus dentinhos são arrancados para elas não morderem na hora do sexo oral”.
Além disso, ela também disse que meninas e meninos são alimentados com comida pastosa “para o intestino ficar livre na hora do sexo anal”.
O procurador federal dos Direitos do Cidadão, Carlos Alberto Vilhena, disse que as afirmações da ex-ministra causam “preocupação e perplexidade, em especial porque pode se tratar de informações sigilosas às quais se teve conhecimento em razão do cargo público então ocupado”. A deputada Hilton, por sua vez, afirmou:
“Não me parece que a ex-ministra tenha se deparado com essa imagem, mas, se porventura tenha presenciado os horrores que relatou e nada fez para impedir essa violência, ela também cometeu um crime e precisa ser investigada”.
