Nesta quarta, 28, o governo da Rússia revelou o que pode ser a estratégia de saída de Vladimir Putin do conflito na Ucrânia, o objetivo imediato para acabar a guerra que se arrasta desde o dia 24 de fevereiro. O Kremlin, a sede do governo russo, informou através do porta-voz Dmitri Peskov em conferência telefônica com repórteres, que a guerra deverá durar “no mínimo até a libertação da República Popular de Donetsk”.
Esta é uma das províncias ucranianas de maioria russófona que compõem a região do Donbass. Junto com a também província de Lugansk, ambas as regiões serviram de pretexto para a ofensiva russa: Putin alegou que líderes neonazistas estariam ameaçando as províncias, e este foi um dos principais motivos para o ataque.
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No último fim de semana, referendos em Donetsk e Lugansk foram finalizados e de acordo com o resultado das votações, uma maioria quase unânime de moradores dessas áreas votou a favor de ingressar na Rússia. O Ocidente já afirmou que não reconhece a validade desses referendos.
O controle russo sobre Lugansk é praticamente total, mas em Donetsk ainda faltaria cerca de 40% do território para controlar. Segundo o Ministério da Defesa russo, a mais recente ofensiva para retomar cidades estratégicas da região teria falhado.
Recentes derrotas na guerra fizeram com que Putin reavaliasse sua estratégia, o que levou à medida de convocação de cerca de 300 mil reservistas e sua aceleração da anexação das partes da Ucrânia já sob seu controle. A convocação provocou protestos por toda a Rússia desde que foi anunciada.