O Ministério Público do Mato Grosso ofereceu denúncia contra Rafael Silva de Oliveira, 24, por homicídio triplamente qualificado. No último dia 7, Rafael matou Benedito Cardoso dos Santos, 42, após uma discussão política: Benedito se declarou eleitor do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, e se envolveu numa luta contra Rafael, que é apoiador do presidente Jair Bolsonaro.
O MP afirmou, no documento, que Rafael agiu com “desejo assassino em uma discussão banal envolvendo preferências políticas”. O órgão também solicitou exame para verificar se o acusado sofre de alguma doença mental: Em abril de 2019, a irmã de Rafael solicitou junto à Justiça do Mato Grosso que seu irmão fosse internado compulsoriamente, apresentando documentos indicando que ele sofria de esquizofrenia e apresentava quadros de surto psicótico grave, com delírio e ideias homicidas.
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O crime aconteceu em uma chácara em Agrovila, zona rural de Confresa, cidade a 1.160 km da capital Cuiabá. Segundo o delegado responsável pelo caso, Victor Oliveira, os dois homens trabalhavam juntos no corte de lenha em uma propriedade e, na noite de 7 de setembro, começaram a discutir sobre política. Após uma troca de socos, Benedito sacou uma faca, que foi tomada por Rafael. Ele a usou para esfaquear a vítima 15 vezes, e depois tentou usar um machado para decapitá-la.
O órgão considerou que o homicídio foi cometido por motivo fútil, meio cruel e que dificultou a defesa da vítima. Para justificar o motivo fútil, o MP-MT citou a “discussão banal”.
A defesa do autor do crime negou que ele tenha sido motivado por política. O advogado de Rafael, Matheus Roos, disse o seguinte a respeito do assassinato: “Não foi por motivos políticos, dadas as circunstâncias do delito. O Rafael não manifestou que é apoiador do atual presidente e tampouco que é contrário ao ex-presidente”. Porém, o próprio depoimento do autor do crime disse que o assassinato foi motivado após uma discussão sobre política.
