Após mais de duas horas de atraso, o ex-presidente Luis Inácio Lula da Silva (PT) subiu ao palco montado no Espaço Via Torres, zona Centro-Sul de Manaus, na noite dessa quarta-feira (31), sob a aclamação de cerca de 30 mil pessoas em comício na capital amazonense.
O início do evento, que estava marcado para as 18h, só ocorreu por volta das 20h15. Lula dividiu o palco com integrantes da Federação Brasil Esperança, como os senadores Randolfe Rodrigues (Rede-AP), Omar Aziz (PSD-AM) e Eduardo Braga (MDB-AM), os deputados Sinésio Campos (PT), Zé Ricardo (PT-AM) e Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM). Exceto Randolfe e Braga, candidato ao governo do estado, todos concorrem à reeleição no pleito de outubro.
O líder petista, no entanto, dividiu os holofotes do comício com Omar Aziz, que tenta garantir novo mandato no Senado Federal. O parlamentar foi referido como um dos principais responsáveis pela compra de vacinas contra a Covid-19. Randolfe e outros apoiadores citaram a atuação do colega como presidente da CPI da Covid, que apurou irregularidades na gestão da pandemia pelo governo federal. A crise de oxigênio enfrentada pela população manauara também foi abordada pelo parlamentar.
Leia mais:
Em visita a Manaus, Lula anuncia que pretende acabar com teto de gastos
“Compatriotas e irmãos nossos perderam a vida levados pela negligência, pelo profeta da morte. Aqui em Manaus vimos os povos indígenas sofrerem com o maior genocídio de que têm notícia desde 1500. No Vale do Javari, vimos o sacrifício de irmãos nossos”, declarou Randolfe, que também atacou os decretos do governo federal que miravam nos incentivos fiscais da Zona Franca de Manaus.
“A Zona Franca chegou a 134 mil empregos diretos. Hoje, doze anos depois, a Zona Franca tem pouco mais de 100 mil empregos. E toda vez que a gente consegue melhorar um pouquinho, vem um decreto do presidente Bolsonaro para tentar destruí-la, tirar nossos empregos e criar insegurança jurídica”, afirmou Braga.
Omar citou a parceira do governo federal durante sua gestão à frente do Executivo estadual (2010-2014) que contribuiu para a implementação de programas como o Minha Casa Minha Vida e o Bolsa Família no Amazonas.
“Essa é a diferença entre um homem que se coloca no lugar das pessoas e aqueles que andam de moto cara, dando tchauzinho”, ironizou o senador. “Aqui, tá todo mundo sem máscara. E sabem por quê? Porque obrigamos o Bolsonaro a comprar vacina. Mas, para isso acontecer, quase 14 mil amazonenses morreram”.
Obras
Lula abriu pronunciamento afirmando que respeitou a isonomia no tratamento com governadores de todos o Brasil. E declarou que nenhum outro chefe do Executivo aplicou tanto investimentos no Amazonas. “Duvido que algum presidente da República tenha colocado tanto investimento no estado, e isso aconteceu em todos os estados. Por isso volto a ser candidato com compromisso de fazer mais do que já foi feito”.
O petista prosseguiu citando obras de governo direcionadas à educação, como a ampliação das universidades federais e de escolas técnicas, reafirmou o compromisso de combater a fome e devolver o poder aquisitivo dos trabalhadores. “Não tem nada mais sagrado do que uma família ter emprego e estudo, ter harmonia dentro da família para uma vida de amor, não de ódio. De progresso, e não de destruição”, comentou.
Ao final do discurso, Lula atacou a mineração ilegal na Amazônia e grandes empresários que desrespeitam as normas de preservação ambiental.