Cientistas italianos divulgaram na revista científica “Journal of Infection” o primeiro caso registrado de co-infecção de varíola dos macacos (monkeypox), SARS-Cov-2 (Covid-19) e HIV, o vírus da AIDS. Essa infecção tripla foi constatada num paciente do sexo masculino, italiano, de 36 anos.
De acordo com o artigo, o homem esteve em viagem pela Espanha entre 16 e 20 de junho. Ao voltar para casa, ele sentiu febre, dor de cabeça e na garganta e fadiga e foi então testado para Covid, com resultado positivo. Depois erupções começaram a se desenvolver no seu braço esquerdo e pelo corpo, e ele começou a apresentar inchaço num linfonodo na virilha.
O paciente voltou ao hospital, quando foi comprovado o diagnóstico de infecção por varíola dos macacos, ao mesmo tempo em que seguia positivando para Covid. Os médicos também colheram amostras para uma série de Infecções Sexualmente Transmissíveis (ISTs), e o resultado deu positivo para o HIV-1 (a versão mais comum). O paciente então relatou que teve relações sexuais sem proteção durante sua estadia na Espanha.
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Com o passar dos dias, as lesões viraram crostas. Depois de seis dias sob tratamento, as lesões sumiram, embora o paciente seguisse sendo testado positivamente para os dois vírus, o da monkeypox e o do HIV. O homem foi então liberado para isolamento em casa e iniciou seu tratamento contra o HIV.
O artigo médico comprova a possibilidade de co-infecção, que o vírus da monkeypox continua ativo mesmo depois que os principais sintomas apresentam melhora, e que como a transmissão sexual é a principal via de contágio para monkeypox, é recomendado que os pacientes deveriam também ser testados para ISTs após receberem diagnóstico positivo para a doença.