A advogada Nancy Segadilha, que recentemente sofreu constrangimento em voo da companhia Latam, esteve hoje no estúdio da Onda Digital para o programa Meio-Dia com Jefferson Coronel. Segadilha, que é uma pessoa com deficiência (PCD), falou sobre o ocorrido e sobre a situação de PCDs no Amazonas.
No último dia 18, a advogada embarcava em voo de Manaus para Florianópolis pela Latam Linhas Aéreas para um evento representando a CAAAM (Caixa de Assistência dos Advogados do Amazonas), da qual é vice-presidente. Segundo ela, o seu embarque não foi realizado de maneira prioritária, como é previsto por lei, e não foi acomodada no assento que teria comprado.
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Em seu post no Instagram no qual expôs seu constrangimento, Segadilha escreveu:
“(…) mais uma vez preciso brigar para ter meu direito assegurado e mesmo me dispondo a comprar um assento para ter o mínimo de conforto e segurança não fui atendida pelo responsável da companhia que se apresentou a mim chamado Guilherme. Além do desrespeito às leis, a falta de empatia é latente. Tenho 1,76m de altura e passar um voo com as pernas comprimidas, devido a minha sensibilidade aumentada desde o acidente é tortura!”.
Na Onda Digital, a advogada falou sobre as providências legais que tomará contra a companhia aérea:
“Estamos verificando as medidas legais contra a Latam. Já fizemos a denúncia por meio de ofício no Conad e no Senacom, e aqui vamos acionar o Ministério Público. A Anac também. Até sexta todas as denúncias serão encaminhadas. Além disso, estudamos também a possibilidade de ação civil pública”.
Nancy Segadilha também falou sobre sua atuação como ativista da causa dos PCDs e sobre a situação deles no Amazonas:
“Sempre faço um trabalho voltado à inclusão de todos. Aceitei o desafio de sair como vereadora para tentar mudar Manaus, mas não tive sucesso. Sou advogada e apaixonada pela minha classe e pela advocacia. Vejo a OAB com força para fazer cumprir os direitos da pessoa com deficiência. Mas vejo a situação dos PCDs no Amazonas como um retrocesso. Foi extinta a Secretaria de Estado dos Direitos da Pessoa Com Deficiência. Teve uma proposta no municipal do atual prefeito, mas até o momento nada. No último censo de 2010, foi registrado 27,5% da população do Amazonas com algum tipo de deficiência. Então, se aqui na capital não temos a acessibilidade mínima, como não vivem essas pessoas no interior do estado?”.