O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) cassou o mandato do deputado federal eleito em 2018 por Mato Grosso Neri Geller (Progressistas) e o declarou inelegível por oito anos. A decisão unânime foi tomada em ação ajuizada pelo Ministério Público Eleitoral contra o político por captação ilícita de recursos.
Neri Geller é o principal interlocutor do candidato Luís Inácio Lula da Silva (PT) no agronegócio brasileiro e tem articulado o apoio ao petista em toda a região Centro-Oeste, onde ele tem o maior índice de rejeição entre as regiões do País.
De acordo com o MPE, provas obtidas por meio de quebra de sigilo bancário autorizada pela Justiça apontaram que o parlamentar, por meio de uma triangulação bancária realizada com a participação de seu filho, captou recursos de pessoas jurídicas (empresas) para destiná-los a campanhas políticas, qo que é proibido pela legislação eleitoral.
Conforme consta na ação, Neri Geller doou mais de R$1,3 milhão a 11 candidatos ao cargo de deputado estadual, sendo que mais da metade dos recursos financiou a campanha de políticos eleitos. Dos beneficiados pelas doações, apenas três pertenciam a partidos coligados com o seu na época. Do valor total doado por Geller na condição de pessoa física (quase R$ 1 milhão), praticamente metade financiou a campanha de candidatos de partido adversário à sua coligação na disputa eleitoral.