Celulares apreendidos na operação realizada nessa terça-feira (23) pela Polícia Federal, que cumpriu mandados de busca e apreensão contra empresários bolsonaristas, revelam troca de mensagens entre o procurador-geral da República e que também é procurador-geral-eleitoral, Augusto Aras, com os alvos da operação.
As informações são do site JOTA apuradas com fontes da PF, do Ministério Público Federal (MPF), e do Supremo Tribunal Federal (STF). A operação foi autorizada pelo ministro do Supremo e presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Alexandre de Moraes.
Os empresários bolsonaristas teriam defendido, em um grupo de WhatsApp, um golpe de Estado caso o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) vença o atual presidente nas eleições de outubro de 2022. Essas mensagens foram reveladas pelo colunista Guilherme Amado, do site Metrópoles.
De acordo com o JOTA, fontes disseram que foram encontradas mensagens com críticas ao trabalho de Moraes nos celulares e também declarações sobre a candidatura à reeleição de Bolsonaro. Apesar de estarem em sigilo, os conteúdos das mensagens já estão sendo debatidos entre os ministros do Supremo, segundo o veículo.
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Nesta tarde, a PGR disse em nota que Moraes autorizou a busca e apreensão contra os empresários, mas não intimou a procuradoria-geral sobre a decisão. O gabinete de Moraes negou a afirmação e rebateu as acusações.
Ainda segundo o JOTA, o empresário Meyer Nigri, dono da construtora Tecnisa e um dos alvos da operação, é amigo pessoal de Aras e inclusive foi citado no discurso do procurador-geral durante a posse na PGR.
Ao site, assessores de Aras afirmaram que o PGR tem amigos e conhecidos da área empresarial e, em razão disso, há conversas entre eles. Questionados, eles reiteraram o posicionamento de que Aras não recebeu informações da operação desta manhã e não teria como disponibilizar informações sobre a ação da PF.
Via UOL