Um grupo de empresários bolsonaristas no aplicativo whatsapp está espalhando fake news sobre o jornalista britânico Dom Phillips e o indigenista brasileiro Bruno Pereira, mortos quando faziam o trajeto da comunidade ribeirinha São Rafael até Atalaia do Norte. A região faz parte do Vale do Javari, que é a segunda maior terra indígena do país e local da maior concentração do mundo de povos isolados.
A respeito do desaparecimento de Bruno e Dom, os participantes estavam espalhando mentiras. Marconi Souza, dono da Valeshop, empresa de cartões de benefícios para empresas, compartilhou no dia 13 de junho um texto que culpava a dupla por não ter autorização da Funai para transitar na região.
“O inglês Dom Philips… este aí tem uma outra história, que é a ponta de um iceberg que a esquerda mundial, o PT, PSOL e a mídia farão de tudo para desviar a atenção, pois foi um tiro no pé, tal qual o caso Marielle”, dizia o texto, que Marconi Souza encaminhou admitindo não saber se era verdade.
O empresário Marco Aurélio Raymundo, o Morongo, dono das lojas de surfwear Mormaii, disse no grupo que “guerra de informação é uma das armas mais poderosas”.
Um jornalista que faz parte do “clube” repreendeu Morongo, e vez ou outra, faz ressalvas aos integrantes mais radicais. O dono da Mormaii saiu-se com uma defesa enfática da legitimidade de espalhar desinformação.
“Se não precisar mentiras… ótimo!!!! Mas se precisar para vencer a guerra é aceitável. Muito pior é perder a guerra!!!! Esta mídia e políticos em geral são todos mentirosos profissionais!”