O presidente Jair Bolsonaro (PL) esteve hoje no podcast “Cara a Tapa” no YouTube e teve uma conversa ao vivo de 2h50 com o apresentador Rica Perrone. Em certa altura, a transmissão chegou a ser acompanhada por 450 mil pessoas.
No podcast, Bolsonaro falou sobre vários temas: voltou a afirmar que não cometeu erros em sua administração; comentou a foto que sua esposa Michelle tirou com a esposa de Guilherme de Pádua, assassino confesso da atriz Daniella Perez; disse que, caso reeleito, manterá o auxílio emergencial de R$ 600 e o ministro da Economia Paulo Guedes no cargo; reconheceu que errou quando colocou o ex-ministro e ex-juiz Sergio Moro na equipe de governo na pasta da Justiça; e minimizou a questão das “rachadinhas”, afirmando que é uma “prática comum”.
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Sobre sua condução do país durante o seu mandato, ele admitiu que a negociação com o Congresso Nacional “podia ter sido melhor”, mas também disse:
“Tivemos o imprevisto da pandemia, da seca, da guerra lá fora. Logicamente tudo pode ser melhorado. Não vejo erro, talvez possíveis falhas”.
Sobre a foto de Michelle com Juliana Lacerda, esposa de Guilherme de Pádua:
“Não almocei lá e a Michelle ficou. [Quando a foto saiu] eu conversei com ela, porque apareceu uma foto dessas com a tal esposa do Guilherme de Pádua. Então, ela falou: ‘eu tirei umas cem fotografias, então não sei quem tirou comigo’. Ela [Juliana] não falou quem ela era, e no almoço tem uma mesa reservada com os familiares do pastor Valadão”.
Sobre manter o ministro Paulo Guedes na pasta da Economia, o presidente disse:
“Paulo Guedes continua sendo meu ministro ano que vem. Mais provas do que ele deu certo?”.
Sobre manter o auxílio, Bolsonaro afirmou:
“Eu não falo nada sem conversar com ele [Guedes] ou com o respectivo ministro. ‘Guedes, dá para manter esses R$ 200 a mais no ano que vem?’. Ele falou que dá se fizer isso, isso e isso. Então vai ser mantido os R$ 600 reais de auxílio emergencial o ano que vem”.
O presidente, no entanto, não afirmou como vai fazer isso. A LDO 2023 (Lei de Diretrizes Orçamentárias), aprovada há poucos dias por Bolsonaro, não inclui previsão de manutenção do auxílio para o ano que vem.
Ao comentar o ex-ministro Moro, Bolsonaro declarou:
“Onde errei lá atrás foi quando botei o Moro, por exemplo, na Justiça. Ele não tinha essa liberdade e esse contato comigo. Cuidava da vida dele e mais nada, então apesar de ser técnico faltou esse contato e contar uma piada, ser mais chegado, alguma confidência, algum problema, não tive isso com o Moro”.
E sobre as “rachadinhas”, crime do qual seu filho Flávio foi acusado enquanto era deputado estadual no Rio de Janeiro, Bolsonaro disse:
“É uma prática bem comum, concordo contigo [com o apresentador]. Não é só no Legislativo não. Não vou falar de mim [se também faz uso desse recurso]. Sou suspeito para falar de mim. Não tem servidor meu falando, denunciando”.