Um argumento constantemente repetido quando alguma ação prejudica a Amazônia, os nativos da região afirmam que o País não conhece este território e não sabe como agir diante dos desafios das distâncias e da multiversidade da população. No campo intelectual, contudo, a região está bastante documentada em livros que são clássicos e estudados em diversas universidades do mundo.
Confira cinco deles!
Viagem filosófica
Clássico do naturalista baiano Alexandre Rodrigues Ferreira, “Viagem Filosófica” foi a mais importante expedição científica portuguesa do século XVIII. Ela percorreu o interior da América portuguesa durante nove anos e produziu um rico acervo, composto de diários, mapas populacionais e agrícolas, cerca de 900 pranchas e memórias (zoológicas, botânicas e antropológicas). Os diários, a correspondência e umas poucas memórias somente foram publicadas a partir da segunda metade do século XIX, sobretudo na Revista do Instituto Histórico. Na década de 1870, os três primeiros volumes dos Anais da Biblioteca Nacional do Rio de Janeiro, divulgaram uma enorme lista de manuscritos oriundos da viagem. No entanto, somente na década de 1970, o Conselho Federal de Cultura editou uma parte representativa das pranchas e memórias. Deve-se destacar, porém, que ainda há documentação da maior importância que continua inédita em arquivos portugueses e brasileiros. Na Fundação Biblioteca Nacional e no Arquivo Histórico do Museu Bocage estão depositados os principais registros textuais e visuais da expedição filosófica.
Uma comunidade Amazônica
Este clássico foi escrito pelo antropólogo norte-americano Charles Wagley, que se tornou o principal brasilianista de seu tempo, um pioneiro no estudo etnográfico dos povos indígenas e camponeses da Amazônia e do Nordeste, e um distinto professor das universidades de Columbia e da Flórida.
Metamorfoses da Amazônia
Livro da professora-doutora Marilene Correa da Silva, da Universidade Federal do Amazonas, a obra descreve as diferentes formas que o Estado Nacional caracterizou ao longo do tempo esta região e chega a conclusão de que tudo o que os governos centrais “não entenderam” do País resolveram chamar de Amazônia.
A expressão amazonense
O ensaio que projetou o escritor Márcio Souza na literatura é um texto de leitura obrigatória por parte dos estudiosos do tema. O autor apresenta um amplo painel sobre os escritores e as obras mais expressivas produzidas na região, inserindo-as no contexto sócio-histórico.
Sol de feira
Nesta obra poética de Luis Bacellar, as frutas amazônicas servem de pano de fundo para explicar a vida dos habitantes desta região. Pelo estilo, esta obra é uma das mais insólitas da literatura brasileira, onde facilmente é encaixada no contexto do trabalho poético-didático. O poeta labora o seu pomar, e, pacientemente nos ensina a admirar e saborear a rica coleção dos frutos da terra.