O Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e Recursos Naturais (Ibama) liberou licença prévia para obras no trecho do meio da BR-319 (Manaus-Porto Velho). A decisão foi anunciada nessa quinta-feira (29) pelo ministro da Infraestrutura, Marcelo Sampaio, e repercutida pelo governador do Amazonas, Wilson Lima, em perfil no Twitter.
“Dia histórico! Licença prévia para reconstrução da BR-319 – trecho do meio – emitida hj pelo Ibama. Resultado da coragem e do trabalho técnico da nossa área ambiental e do DNIT. Alinhando engenharia e respeito ao meio ambiente, vamos tirar a sociedade do Amazonas do isolameto“, escreveu Sampaio na rede social.
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“Coloquei o Estado à disposição para ajudar no que for necessário. A BR-319 é um sonho do povo do AM e está prestes a se tornar realidade“, disse o governador.
A licença prévia para serviços de restauração e melhorias, a serem realizadas pelo Departamento Nacional de Infraestrutura de Transporte (Dnit), tem validade de cinco anos.
Para Philip Fearnside, pesquisador titular do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa), a liberação é um “erro grave” por “ser fortemente contra os interesses nacionais brasileiros, sendo que a rodovia, junto com estradas associadas planejadas (como a AM-366) expõem uma vasta área de floresta amazônica à pressão do desmatamento”.
O cientista, uma das autoridades da área ambiental mais consultadas em relação à BR-319, ressaltou que a área é fundamental para o abastecimento de água da cidade de São Paulo. Além disso, acrescentou Fearnside, as populações indígenas que vivem nas proximidades da rodovia não foram consultadas antes da liberação.