Neste sábado, a Rússia bombardeou o porto de Odessa, às margens do Mar Negro, alegou o Exército ucraniano. O ataque acontece um dia após a assinatura de um acordo entre Moscou e Kiev para permitir a reabertura dos portos da Ucrânia e a retomada das exportações de grãos, num contexto de risco de desabastecimento e fome, especialmente no continente africano. “O inimigo atacou o porto de comércio marítimo de Odessa com mísseis de cruzeiro Kalibr. Dois mísseis foram abatido por forças de defesa antiaérea e dois atingiram a infraestrutura portuária”, informou o comando operacional do Exército no sul da Ucrânia, através de mensagem no Telegram.
O Ministério das Relações Exteriores ucraniano apelou às Nações Unidas (ONU) e à Turquia, que auxiliaram no acordo assinado na sexta-feira (22) sobre o desbloqueio das exportações de grãos, para que garantam que a Rússia respeite os compromissos assumidos sobre a segurança das rotas de navegação no Mar Negro. A Ucrânia acusa o presidente russo Vladimir Putin de “cuspir na cara” da ONU e da Turquia ao bombardear o porto de Odessa, afirmando que Moscou teria “total responsabilidade” pelo fracasso do acordo sobre o embarque de cereais assinado na véspera, em Istambul.
Odessa é a maior cidade e o porto mais importante de toda a costa do Mar Negro, sendo crucial para a retomada das exportações de grãos ucranianos. Ao disparar mísseis no porto de Odessa, o presidente russo “cuspiu na cara do secretário-geral da ONU, Antonio Guterres, e do presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, que fizeram enormes esforços para chegar a esse acordo”, disse o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores ucraniano, Oleg Nikolenko.