O dólar comercial atingiu novo recorde nesta quinta (19/12), batendo R$ 6,30 por volta das 10h10 (Hora de Brasília). Entretanto, a cotação caiu ao longo do dia: Estava a R$ 5,17 em torno de 11h50, com queda de 1,55%.
A queda de cotação se deveu a dois leilões de venda da moeda pelo Banco Central (BC), para conter a desvalorização do real.
O primeiro leilão, por volta das 9h30, vendeu US$ 3 bilhões. O dólar não recuou e chegou a bater o recorde de R$ 6,30. O BC, então, anunciou um segundo leilão, de mais US$ 5 bilhões, para as 10h35. Após esta segunda medida, a moeda passou a operar em tendência de queda.
Intervenções como essa servem para frear o patamar da moeda norte-americana, porque a maior oferta para o mercado ajuda a desacelerar a desvalorização do real. Não foi a primeira vez que a autoridade monetária atua e disponibiliza as reservas cambiais durante a semana. O órgão vendeu US$ 3,29 bilhões na terça (17/12) em duas operações distintas, por exemplo.
Leia mais:
Congresso aprova LDO 2025 com salário mínimo de R$ 1.502; Suframa está fora de corte de gastos
As recentes altas do dólar se devem à percepção negativa de setores do mercado financeiro sobre o pacote de medidas do Governo Federal para conter gastos, que atualmente está sob votação no Congresso.
Na noite de quarta, na votação na Câmara dos Deputados, aconteceu uma “desidratação” de algumas medidas — ou seja, alguns pontos no texto foram amenizados, o que pode resultar em uma contenção das despesas públicas menor que o esperado.
Além disso, o mercado também repercute o relatório de inflação do BC recém-divulgado. A instituição admitiu oficialmente que a meta de inflação, em 2024, será descumprida novamente, pelo terceiro ano seguido. A meta para 2024 era de 3% e poderia oscilar entre 1,50% e 4,50% para ser considerada formalmente cumprida.
Nesta quinta, novas medidas do pacote deverão ser votadas. A meta do pacote é economizar R$ 70 bilhões nos próximos dois anos, e um total de R$ 375 bilhões até 2030.
*Com informações de Poder360 e G1