O senador Sérgio Moro (União-PR) rebateu as declarações do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) sobre a presunção de inocência do general Walter Braga Netto. Lula afirmou, em coletiva após receber alta do hospital Sírio-Libanês, que o militar, detido por suspeita de interferência em inquérito sobre tentativa de golpe, teria “todo o direito à presunção de inocência, o que eu não tive”.
Moro reagiu à declaração ao compartilhar um post de sua esposa, a deputada federal Rosângela Moro (União Brasil-SP), chamando a afirmação de “fake news”.
“Mais uma fake news do Lula, ele nunca foi submetido à prisão preventiva. Foi preso somente após julgamento pelo TRF4”, escreveu o ex-juiz da Lava-Jato na rede social X.
Mais uma fake news do Lula, ele nunca foi submetido à prisão preventiva. Foi preso somente após julgamento pelo TRF4. Cadê a checagem de fato pela imprensa!? https://t.co/ejYkq4XTXS
— Sergio Moro (@SF_Moro) December 15, 2024
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Durante a coletiva, Lula enfatizou sua postura democrática ao abordar a prisão de Braga Netto.
“Ele tem todo o direito à presunção de inocência, e o que eu não tive eu quero que eles tenham: todo o direito e todo o respeito para que a lei seja cumprida. Mas, se esses caras fizeram o que tentaram fazer, eles terão que ser punidos severamente. Esse país teve gente que não fez 10% do que eles fizeram e que foi morta nas cadeias”, declarou o presidente.
Prisão de Lula e decisão do STF sobre a Lava-Jato
Lula foi preso em abril de 2018, após ser condenado em segunda instância no caso do tríplex do Guarujá. A condenação inicial foi dada por Sérgio Moro, então juiz da 13ª Vara Federal de Curitiba. Em 2019, o Supremo Tribunal Federal (STF) alterou o entendimento sobre prisões em segunda instância, resultando na liberação de réus nessa condição.
Em 2021, a Procuradoria da República no Distrito Federal solicitou o arquivamento do caso do tríplex, citando a prescrição das acusações devido à idade de Lula — com mais de 70 anos, o prazo prescritivo é reduzido pela metade. Ainda no mesmo ano, o STF declarou a parcialidade de Moro no julgamento, anulando todas as provas e decisões do processo.
*Com informações de Estadão