Nesta terça (3/12), a 7ª Câmara Criminal do Rio de Janeiro aceitou o argumento da defesa de Vinícius Batista Serra, e confirmou que o homem, julgado por tentativa de feminicídio e agressão contra uma paisagista, não pode ser responsabilizado pelo crime. Segundo a Justiça, o homem cometeu as agressões devido a comportamentos violentos causados pela parassonia, um distúrbio do sono.
O caso aconteceu em 2019: Elaine Caparroz, que tinha 55 anos na ocasião, foi agredida e acusou Vinicius. Ela deu entrevistas com o rosto machucado e as fotos da agressão dela impressionaram na época.
Segundo a vítima, os dois se encontraram no apartamento dela, na Barra da Tijuca, e ambos começaram a beber vinho. Em pouco tempo, segundo a própria Elaine, ela começou a se sentir alterada e a perder os sentidos. Ela acordou já de madrugada, com o jovem a espancando. Ela chegou a afirmar à imprensa que tinha certeza de ser sido dopada.
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A justiça, no entanto, acolheu o argumento da defesa. Parassonias são eventos indesejáveis que ocorrem no início do sono, durante o sono ou no despertar. De acordo com o Hospital Albert Einstein, podem ocorrer nos momentos de transição do sono e vigília.
Segundo o Hospital Albert Einstein, a parassonia é classificada de acordo com a fase de sono (REM ou NREM). As mais comuns da fase NREM são:
- despertar confusional
- sonambulismo
- terror noturno
E as mais comuns da fase REM são:
- pesadelos
- transtorno comportamental do sono REM (distúrbio que provoca a realização dos sonhos durante o sono, sem que a pessoa esteja consciente disso. Ela pode realizar movimentos motores complexos e violentos, como gritar, xingar, gesticular, socar e chutar).
A decisão determina que Vinícius realize tratamento ambulatorial, indo a uma unidade de saúde uma vez por mês e tomando remédios para controlar a doença.
Já a defesa de Elaine Caparroz se pronunciou, afirmando que pretende recorrer a tribunais superiores e até a cortes internacionais.
*Com informações de G1 e Metrópoles.