Nesta terça (3/12), o governo da Coreia do Sul implantou lei marcial no país: O decreto do presidente Yoon Suk Yeol marcou a primeira vez que um governo do país, que tem regime democrático e é aliado das principais potências ocidentais, decreta a lei marcial desde o fim da ditadura militar no país, na década de 1980.
O presidente acusou a oposição de estar se aliando à Coreia do Norte — com quem a Coreia do Sul ainda está tecnicamente em guerra — para inviabilizar seu governo. Já a oposição, que tem maioria no Parlamento, afirmou que Suk-yeol quer ampliar seus poderes.
O anúncio de Yoon Suk Yeol foi feito de surpresa na televisão do país, nesta manhã. Em seu pronunciamento, ele disse:
“Declaro lei marcial para proteger a livre República da Coreia da ameaça das forças comunistas norte-coreanas, para erradicar as desprezíveis forças antiestado pró-norte-coreanas que estão saqueando a liberdade e a felicidade do nosso povo, e para proteger a ordem constitucional livre”.
Em sua fala, ele não detalhou quais seriam as ameaças da Coreia do Norte que justificariam a medida.
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A lei marcial restringe o acesso a direitos civis e substitui a legislação normal por leis militares, como limitações e controle da imprensa, ao Parlamento e às forças policiais. Todas as atividades políticas, incluindo manifestações, foram proibidas. O acesso ao parlamento do país foi fechado, e forças especiais foram mobilizadas para conter manifestantes.
Veja abaixo vídeos de confrontos entre manifestantes e soldados sul-coreanos em Seul:
Poucas horas após o pronunciamento do presidente, deputados reunidos numa sessão de emergência no Parlamento sul-coreano aprovaram, em votação, a derrubada da lei marcial.
Yoon Suk-yeol foi eleito em 2022 e é um novato na política, que ganhou atenção pública como promotor por suas investigações intransigentes sobre alguns dos escândalos de corrupção mais notórios do país. Ele já fez vários discursos contra o regime norte-coreano.
*Com informações de G1