Nesta quinta-feira (28/11), o dólar abriu em forte alta e fica próximo de R$ 6, com a reação negativa do mercado ao anúncio do pacote fiscal e isenção do Imposto de Renda para salários até R$ 5 mil. Na véspera, a moeda norte-americana encerrou a R$ 5,91, maior valor nominal da história.
Por volta das 9h05, a divisa batia R$ 5,97, com alta de 0,6%. Momentos antes, o dólar havia tocado R$ 5,99.
Nesta quinta, os ministros Fernando Haddad (Fazenda), Simone Tebet (Planejamento e Orçamento) e Rui Costa (Casa Civil), apresentam os detalhes das medidas divulgadas na véspera.
Em um pronunciamento na noite de quarta-feira (27/11), Haddad comentou um aguardado conjunto de medidas para controle de gastos e uma das promessas de campanha do Luiz Inácio Lula da Silva (PT): a isenção do IR aos contribuintes que ganhem até R$ 5 mil por mês.
Segundo o ministro, a isenção deve ter impacto fiscal de R$ 35 bilhões – valor abaixo do previso por analistas do mercado, que previam soma de ao menos R$ 45 bilhões.
A medida – que ainda precisa ser aprovada pelo Congresso -, deve entrar em vigor a partir de 1º de janeiro de 2026, pontou Haddad.
“A reforma tributária não visa nem aumentar, nem diminuir a arrecadação, o objetivo da reforma tributária é buscar e eficiência e justiça tributária”, pontuou.
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Pacote fiscal
O governo também detalhou sobre o pacote de ajuste fiscal. As propostas anunciadas por Haddad preveem uma economia de R$ 70 bilhões pelos próximos dois anos que, segundo o ministro, “consolidam o compromisso deste governo com a sustentabilidade fiscal do país”.
As sinalizações de medidas para corte de gastos pelo ministro da Fazenda vêm sendo divididos em seis frentes:
- Limitação do avanço do salário mínimo dentro do arcabouço (podendo crescer ao máximo 2,5% somados à inflação)
- Correção do limite de acesso ao abono salarial pela inflação até que o teto caia a um salário mínimo e meio
- Mudanças na aposentadoria militar, com idade mínima para ir à reserva e limitação na transferência de pensões;
- Sujeição de agentes públicos ao teto constitucional, o que levaria ao fim dos chamados “supersalários”;
- Crescimento das emendas globais dentro do arcabouço e destinação de 50% das emendas de comissão para a saúde
- Aperfeiçoamento dos mecanismos de controle de fraudes e distorções, especialmente para o BPC (antiga aposentadoria por invalidez)
As medidas apresentadas por Haddad ainda precisam ser votadas e aprovadas pelo Congresso Nacional. O ministro da Fazenda afirma ter “esperança” de uma aprovação das propostas ainda neste ano, mesmo com o calendário apertado e outras pautas na fila.
*Com informações de CNN Brasil