Um novo projeto de lei (8.438/2017) aprovado pela Câmara dos Deputados, estabelece que aparelhos celulares fabricados no país precisam possuir uma antena que capte sinais de rádio FM. A medida, no entanto, foi criticada pelo deputado federal Marcelo Ramos (PSD-AM), que alegou ser prejudicial para a Zona Franca de Manaus.
De acordo com o parlamentar, a implantação desse tipo de tecnologia será prejudicial pois implica diretamente na alteração dos projetos de engenharia dos aparelhos. Ou seja, grandes empresas que fabricam o mesmo modelo de celulares para o mundo inteiro, teriam de criar um novo projeto que atenda a nova exigência, apenas para o Brasil.
“Obrigar a instalação de antenas de rádios nos aparelhos de celular fabricados no país é algo muito perigoso para as indústrias do setor. Imagine grandes multinacionais, como a Samsung e a Apple, terem de modificar os projetos dos seus aparelhos só para produzir para o Brasil. A consequência desse projeto pode ser fechamento das fábricas no nosso país para importação dos aparelhos”.
Veja mais:
Senado deve votar hoje medida para conter alta dos combustíveis
De acordo com Marcelo Ramos, essa medida pode ser opcional para as empresas, já que os produtos importados não serão submetidos à lei. Com isso, trabalhadores que atuam diretamente na montagem dos aparelhos na ZFM podem ter seus empregos ameaçados.
Outro ponto negativo para a ZFM é que as empresas terão o prazo de 90 dias após a regulamentação para realizar as alterações.
Derrubar a medida
Marcelo Ramos informou que se uniu ao deputado Gilson Marques, autor de um recurso que será apresentado no plenário da Câmara para derrubar a medida. O parlamentar informou que já foram colhidas as assinaturas necessárias para o recurso.
“Estamos trabalhando para apresentá-lo nesta quinta-feira, dia 30, de modo a reverter essa obrigatoriedade, em proteção aos empregos dos amazonenses e dos brasileiros”, explica ramos
Devido ao caráter terminativo, o projeto não passará pelo plenário da Câmara para ser sancionado. Porém, se aprovado, as discussões devem continuar.